Nova linha da Caixa tenta suprir demanda de pequenas empresas

A criação de uma nova linha de crédito anunciada pela Caixa Econômica Federal para dar suporte aos pequenos negócios no País traz a expectativa de que os recursos poderão de fato chegar na ponta. Mas segundo Silvio Moreira, analista do Sebrae-CE, ainda será preciso aguardar o andamento do projeto para ter a certeza de que o GiroCaixa Pronampe atingiu o objetivo, fazendo o dinheiro chegar na ponta. O novo financiamento de suporte durante a pandemia do novo coronavírus começou a ser operado ontem (16) e deverá disponibilizar até R$ 3 bilhões. 

Ontem à tarde, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, anunciou que a nova linha de crédito, que opera pelo Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), deverá ter uma capilaridade muito maior do que iniciativas anteriores. Isso porque o financiamento terá suporte do Fundo de Garantia de Operações (FGO). 

Todas as micros e pequenas empresas do País – ou seja, aquelas com faturamento anual até R$ 4,8 milhões – poderão acessar o novo produto. Ele terá uma carência de 8 meses e poderá ter o pagamento parcelado em até 28 meses, dependendo da negociação da Caixa e o empreendedor. 

Cada empresa terá o limite de até 30% do valor do faturamento anual baseado no exercício de 2019 para o financiamento. A taxa de juros será igual à Selic mais 1,25% ao ano e a garantia da operação será o aval do sócio mais a atuação do Tesouro Nacional pelo Fundo de Garantia de Operação. 

“Temos um volume de garantia muito superior e por isso conseguimos levar o crédito a um número muito maior de empresas. Qualquer banco que tiver empréstimos garantidos pelo FGO terá riscos muito menores então poderemos emprestar a um número maior de empresas”, disse o presidente da Caixa. 

Operação
Contudo, segundo Silvio Moreira, analista do Sebrae, apesar da perspectiva otimista, ainda é preciso esperar para ter certeza se o dinheiro chegará de fato na ponta, nas micros e pequenas empresas. 

“Não dá para ter certeza, mas o Pronampe foi criado para facilitar a vida das empresas, até porque ele tem condições muito atrativas para os empreendedores. Esperamos que esse dinheiro possa chegar na ponta”, disse.

Moreira ainda afirmou que outras 12 instituições financeiras estão se preparando para anunciar produtos semelhantes ao da Caixa, operando pelo Pronampe, o que poderá pulverizar ainda mais a entrada de crédito no mercado. “Quanto mais ofertas de crédito para capital de giro melhor. Nesse momento, as empresas têm demandado o crédito pela redução da atividade econômica então elas precisam desse fôlego para sobreviver”.