Leilão de rede de transmissão garante investimento de R$ 15,1 mi ao Ceará

O lote servirá para ampliação da rede de transmissão da Região Metropolitana de Fortaleza para atender o crescimento de carga previsto para o período 2024-2033

Escrito por Redação/Folhapress ,
Legenda: No certame são estimados cerca de R$ 6 bilhões em investimentos e geração de 13,6 mil empregos diretos no País
Foto: Foto: Divulgação

A rede de transmissão de energia da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) receberá um investimento de R$ 15,1 milhões para atender ao crescimento de carga previsto para o período de 2024 a 2033. O valor corresponde a um deságio de 66,93% sobre o valor máximo de R$ 45,9 milhões. Nos leilões de transmissão, vence a empresa ou consórcio que se compromete a receber a menor receita anual pela operação das instalações.

O lote do Ceará foi arrematado pelo Consórcio BRE 6, formado pelas empresas Enind Energia e Participações Ltda., Enind Engenharia e Construções Ltda., Brenergia Energias Renováveis Ltda. e Brasil Digital Telecomunicações Ltda, após 13 propostas, com disputa a viva-voz com o Fundo de Investimentos e Participações Omnium no 1º Leilão de Transmissão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de 2020, realizado hoje (17).

A linha terá 13 km de extensão e subestação com 600 MVA de potência.

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Em leilão com grande concorrência, a agência concedeu nesta quinta 11 lotes de linhas de transmissão em nove estados, com investimentos estimados em R$ 7,3 bilhões. O leilão teve deságio médio de 55,24%. Ao todo, serão construídos 1,9 mil quilômetros de linhas.

"Os sistemas hoje licitados aumentarão a robustez e a confiabilidade do sistema elétrico nacional", disse o presidente da Aneel, André Pepitone, que comemorou a grande concorrência, considerando um ano de dificuldades geradas pela pandemia.

Foram 51 participantes, 37 nacionais e o restante de seis diferentes países, disse Pepitone. Em média, houve dez propostas por lote oferecido.

Arremates

Com elevados deságios em suas propostas, a novata MEZ Energia foi a maior vencedora, ficando com 5 dos 11 lotes leiloados por meio dos consórcios Saint Nicholas 1 e 2.

A empresa ficou com lotes em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, todas com deságios entre 50,35% e 70,35%, com investimentos previstos em R$ 2,4 bilhões.

A MEZ foi fundada no ano passado para participar de leilão da Aneel, no qual arrematou um lote de linhas de transmissão e subestações na Bahia. Em sua página no Linkedin, a companhia informa ter entre 11 e 50 funcionários.

Em entrevista ao fim do leilão, gerente jurídica do grupo MEZ, Kelly Santos, disse que a meta era levar sete concessões, mas a empresa acabou sendo derrotada em duas. Ela disse que a empresa já vem atuando no setor por meio de projetos comprados de vencedores de leilões passados.

Ela acrescentou que o grupo tem origem na construção civil e, por isso, tem experiência na execução de projetos do porte de linhas de transmissão.

O elevado ágio, afirmou a executiva, foi viabilizado por ganhos de eficiência que a empresa tem usando o braço de construção para executar as obras. "O grande motivador de sucesso da MEZ é uma gestão muito eficiente, tanto financeira quanto de projetos."

A empresa diz que pretende buscar recursos tanto no mercado privado quanto com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar os investimentos previstos nas concessões.

O maior lote do leilão desta quinta, que prevê a construção de linhas e transmissões na Bahia, em Minas Gerais e no Espírito Santo, foi arrematado pela Neoenergia, empresa controlada pela espanhol Iberdrola, com deságio de 42,60%.

O leilão teve três lotes dedicados à ampliação da capacidade de abastecimento da região metropolitana de São Paulo.

Em 2021, a Aneel prevê dois leilões de linhas de transmissão. Em junho, a expectativa é de um volume de R$ 1 bilhão em investimentos. Ainda não há previsão para o segundo.

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