IPCA para 2016 sobe de 7,00% para 7,23%

Com a atualização, nota-se que o mercado não acredita na promessa do Banco Central de levar a inflação para dentro do intervalo da meta

Escrito por Estadão Conteúdo ,

O Relatório de Mercado Focus trouxe nesta segunda-feira (25) uma rodada de alta de estimativas de analistas para a inflação em 2016 e em 2017, depois da semana histórica para a política monetária. A mediana das projeções para a inflação deste ano passou de 7,00% para 7,23%, ante 6,86% um mês atrás. Com essa atualização, nota-se que o mercado não acredita na promessa do Banco Central de levar a inflação para um ponto dentro do intervalo da meta, cujo centro é 4,5% e o teto, 6,5%, este ano.

A mediana das projeções para o IPCA em 2017, que é quando o BC promete entregar a inflação no centro da meta, também disparou. Passou de 5,40% para 5,65% no Boletim Focus de hoje - um mês atrás estava em 5,17%. Assim, está mais distante ainda do objetivo do BC (4,5%). A mediana das previsões, no entanto, ainda segue abaixo do teto da meta de 6,0% para o período.

No caso das expectativas para a inflação suavizada 12 meses a frente, a mediana a subir de 6,83% para 6,91% de uma semana para outra - há um mês, estava em 6,98%. Para o curto prazo, houve correção das expectativas para a taxa para janeiro de 2016, que foi modificada de 0,92% para 1,05%. Um mês antes, estava em 0 84%. Para fevereiro, a mediana das previsões, que estava em 0 80% há cinco semanas consecutivas, passou agora para 0,85%.

De acordo com o último Relatório Trimestral de Inflação, divulgado em dezembro, o BC projeta que a inflação encerre este ano em 6,2% no cenário de referência e em 6,3% pelo de mercado. Para 2017, a estimativa da autoridade monetária está em 4,8% pelo cenário de referência e de 4,9% pelo de mercado.

Preços administrados

Já diminuiu bastante a sensação do mercado financeiro de que os preços monitorados ou administrados pelo governo darão trégua à inflação deste ano. De acordo com o Relatório de Mercado Focus, analistas estimam que esse conjunto de preços terá alta de 7 62%. Na edição anterior, a elevação prevista era de 7,55% e, na de um mês atrás, de 7,50%. No caso de 2017, a mediana das expectativas permaneceu em 5,50% pela sétima semana consecutiva.

O BC conta com forte desinflação desse segmento este ano para levar o IPCA para o intervalo de 4,5% a 6,5% . No último Relatório Trimestral de Inflação de dezembro, o BC escreveu que, em 2016, a dinâmica dos preços administrados e outros componentes são "fatores importantes do contexto em que decisões futuras de política monetária serão tomadas, com vistas a assegurar a convergência da inflação para a meta de 4,5% estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), em 2017". 

No mesmo documento, a autoridade monetária revelou que sua estimativa para esse conjunto em 2016 era de 5,9%, ante 5,7% considerados no Relatório anterior. Essa projeção considera, para combustíveis, que os preços domésticos da gasolina e do óleo diesel encontram-se acima dos praticados no mercado internacional, restringindo, dessa forma, eventuais elevações. 

Para os preços da energia, a projeção do BC de 4,6% para 2016 leva em conta redução da tarifa em dólar da usina de Itaipu e ausência de mudanças no valor definido pelo sistema de bandeiras tarifárias em 2016, muito embora os riscos hídricos tenham evoluído favoravelmente e tenha ocorrido desligamento de usinas térmicas de maior custo. Já para 2017, a expectativa de reajustes dos itens administrados do BC é de 5,0%. 

IGP-DI

O Relatório de Mercado Focus mostrou que as projeções para o IGP-DI deste ano voltaram a disparar. A mediana passou de 6,48% para 6,96% de uma semana para a outra. Quatro semanas atrás, estava em 6,14%. Para 2017, a perspectiva de alta de 5,30% desse indicador da semana passada avançou agora para 5 50%. Já quatro edições atrás da Focus, a mediana para o IGP-DI estava em 5,30%.

O boletim Focus trouxe também que o ponto central da pesquisa para o IGP-M de 2016 passou de 6,60% para 6,75% de uma semana para outra - um mês antes estava em 6,48%. No caso do ano que vem, a expectativa dos participantes é a de que o principal índice de inflação referência para reajuste de alugueis suba 5 48%, de acordo com o boletim Focus - estava em 5,28% no levantamento anterior e em 5,10% no realizado quatro semanas antes.

O IPC-Fipe para 2016 passou de 6,06% para 6,14%, segundo a pesquisa. Um mês antes, a mediana das projeções do mercado para o IPC era de 5,81%. Para 2017, a inflação de São Paulo subirá, pelo boletim Focus 5,18%. A mediana das previsões foi modificada hoje, após cinco levantamentos seguidos apontando para taxa de 5,00%.

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