Investidores de olho no País

Investidores estrangeiros e brasileiros estão de olho no Bra-
sil.Éhora das empresas começa-
rem a se preparar para receber
propostas de investimentos de
participação minoritária ou for-
maçãode joint-ventures (parce-
rias)”. O alerta é de Antonio
Caggiano Filho, sócio-diretor
responsável pela área de fusões
e aquisiçõesda Deloitte - empre-
sa de consultoria tributária e
gestão de riscos -, para quem os
resultados apresentados pelos
indicadores econômicos no ter-
ceiro trimestre deste ano apon-
tam paraumcenário de retoma-
da de investimentos e novas
oportunidades de negócios no
País,no pós-crise.

Pesquisa realizada pela De-
loitte revela que no 3°trimestre
de 2009, foram realizadas no
País, 194 transações entre em-
presas (aquisição, participação,
parcerias e fusões), número se-
melhante às 206 anotadas no
mesmoperíodo do ano passado.
Para ele, as 94 operações de
participações minoritárias e
joint-ventures fechadas nos me-
ses de julho a setembro últimos,
o correspondente a 48,5% do
total de operações, ante as 95
realizadas no 3° trimestre de
2008, refletem o interesse dos
investidores em compartilhar
novos riscos e oportunidades,
em vários setores da economia.
Entre julho e setembro, mostra
a pesquisa, o capital nacional
participou de 127 operações de
fusões e aquisições eo estrangei-
ro de 67, números muito próxi-
mos das 134 movimentações de
capitais brasileiros e 43 de es-
trangeiros, registradas no 3º tri-
mestre de 2008. Segundo Cag-
giano, as empresas, sobretudo
as estrangeiras, estão de olho
no gigantesco mercado interno
brasileiro, cujas classes C, D e E
vêm apresentando crescimen-
tos de 12%, 12% e 8%, respecti-
vamente, nos últimos quatro
anos, de 2005 a 2008. As classes
AeBdecresceram 4%.

Ele lembra ainda, que a renda
de todos esses segmentos tam-
bém cresceu entre 30% e 40%,
nesse período, o que representa
“mais consumo, logo mais mer-
cado”, conclui.

Conformedisse, entre os seto-
res mais “paquerados” para fu-
sões e aquisições no último pe-
ríodo pesquisado, noBrasil, des-
tacam-se o de alimentos (5%),
TI e Internet (8%) e Atividades
Financeiras (11%, concentran-
do 47 transações ou 24% do
total dos negócios. Serviços es-
pecializados também apresen-
tou 10% das transações nos me-
sesde julho a setembro.

Congresso

EmFortaleza, ondeparticipa ho-
je, do Congresso Nacional de
Executivos de Finanças (Co-
nef), Caggiano chama a aten-
ção, sobretudo, das empresas
de médio porte e de administra-
ção familiar, para que busquem
se adequar à nova realidade do
mercado, e não perderem as
oportunidades.

Conta queempesquisa recen-
te realizada com 200 empresas
familiares, 37% das que recebe-
ram propostas para fusões ou
participação societária e que
não fecharam novas parcerias,
apresentavam problemas com
informações gerenciais e contá-
beis conflitantes.