Inflação para este ano é projetada em 7,34% no Boletim Focus

Para 2017, o mercado segue projetando um cenário de inflação menor, mas desta vez a estimativa subiu de 5,12% para 5,14%

Escrito por Estadão Conteúdo ,

No primeiro Relatório de Mercado Focus divulgado após o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) de agosto, os economistas do mercado financeiro elevaram as previsões para a inflação tanto em 2016 quanto em 2017. Para 2017, que é o foco do Banco Central, o mercado segue projetando um cenário de inflação menor, mas desta vez a estimativa subiu de 5,12% para 5 14%. Há quatro semanas, estava em 5,20%. A projeção para a inflação oficial neste ano, medida pelo IPCA, subiu de 7,31% para 7,34%. Um mês antes, estava em 7,21%. 

Na última quarta-feira (24) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA-15 em agosto subiu 0,45%. Foi menos que o 0,54% de elevação de julho e a taxa ficou próxima da mediana de 0,46% esperada pelo mercado. No acumulado de 12 meses, porém, o IPCA-15 de agosto atingiu 8,95%, num claro sinal de que a inflação segue resistente. A meta perseguida pelo Banco Central em 2016 e 2017 é de 4,5% para o IPCA, com tolerância de 2 pontos porcentuais para este ano e 1,5 ponto para o próximo. 

Na pesquisa Focus, entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do índice no médio prazo, denominadas Top 5 as medianas das projeções para este ano melhoraram, passando de 7,51% para 7,45%. Para 2017, permaneceram em 5,25%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de, respectivamente, 7,16% e 4,97%.

Já a inflação suavizada 12 meses a frente voltou a ceder, passando de 5,34% para 5,32% de uma semana para outra - há um mês, estava em 5,55%. Entre os índices mensais mais próximos, a estimativa para agosto apresentou alta considerável, de 0,33% para 0,42%. Um mês antes, estava em 0,30%. No caso de setembro, a previsão subiu de 0,35% para 0,36%. Há quatro semanas, era de 0,35%. 

Preços administrados

O Relatório de Mercado Focus voltou a mostrar mudanças nas projeções para os preços administrados em 2016. A mediana das previsões do mercado financeiro para este indicador este ano passou de alta de 6,10% para avanço de 6,20%. Para o próximo ano a mediana permaneceu indicando alta de 5,30%. Há um mês, o mercado projetava aumento de 6,25% para os preços administrados em 2016 e elevação de 5,42% em 2017. 

O BC contava com forte desinflação desse segmento para levar o IPCA para o intervalo de 4,5% a 6,5% em 2016 - uma perspectiva que vai ficando distante, pelos dados do Focus. O dólar mais baixo também vinha colaborando. Em suas comunicações, o BC enfatizou ainda que a retração econômica pode ajudar no processo de desinflação. Por outro lado, disse que a inflação corrente e as expectativas, ambas elevadas, seguram este processo. 

Na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), a instituição projetou uma variação de 6,6% para os preços administrados em 2016 e de 5,3% para 2017. 

IGPs e IPC-Fipe

O Relatório de Mercado Focus mostrou que a mediana do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) de 2016 passou de 7,69% para 7,74% da última semana para esta. Há um mês estava em 8,48%. Para o ano que vem, a mediana das previsões permaneceu em 5,50%. Quatro levantamentos atrás, essa previsão para 2017 estava em 5,55%.

Os Índices Gerais de Preços (IGPs) são bastante afetados pelo desempenho do dólar e pelos produtos de atacado, em especial os agrícolas. Outro índice, o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), que é referência para o reajuste dos contratos de aluguel, passou de 8,04% para 8,17% nas projeções dos analistas para 2016. Quatro levantamentos antes estava em 8,62%. Para 2017 as previsões mostraram elevação de 5,51% para 5,57% - um mês atrás estava em 5,70%.

A mediana das previsões para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisa Econômicas (IPC-Fipe) de 2016 caiu esta semana, de 7,47% para 7,46%. Um mês antes, a mediana das projeções do mercado para o IPC era de 7,49%. Já para 2017, as expectativas para a inflação de São Paulo foram de 5,20% para 5,23%, ante 5,30% de um mês antes.

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