Inflação para 2017 cai de 4,87% para 4,81%, prevê Focus

O centro da meta deste ano é de 4,5%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual (até 6,0%)

Escrito por Estadão Conteúdo ,

À espera da divulgação do IPCA consolidado de 2016, na próxima quarta-feira (11) os economistas do mercado financeiro alteraram suas projeções para a inflação. O Relatório de Mercado Focus divulgado na manhã desta segunda-feira (9) mostra que a mediana para o índice oficial de inflação em 2016 foi de 6,38% para 6,35%. Há um mês, estava em 6,52%. Já o índice para 2017 passou de 4,87% para 4,81%. Há quatro semanas, apontava 4,90%.

Na prática, os economistas projetam uma inflação para 2016 dentro da margem perseguida pelo Banco Central. O centro da meta de inflação é de 4,5%, mas a margem de tolerância é de 2 pontos porcentuais (IPCA até 6,5%). Para 2017, o centro da meta também é de 4,5%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual (até 6,0%).

Caso não cumpra a meta em 2016, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, precisará encaminhar uma carta aberta ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, detalhando as causas do descumprimento, as providências para assegurar o retorno da inflação aos limites estabelecidos e o prazo no qual se espera que as providências produzam efeito. 

No ano passado, o então presidente do BC, Alexandre Tombini, precisou encaminhar a carta ao ministro Nelson Barbosa. 

No Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado no fim de dezembro, o Banco Central atualizou suas projeções para a inflação e passou a estimar índice de 6,5% em 2016 - portanto, no teto da meta. Para 2017, o BC projeta inflação de 4,4% em seu cenário de referência. 

Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2016 permaneceu em 6,35%. Na prática, isso significa que estas casas também enxergam uma inflação dentro da margem já em 2016. Para 2017, a estimativa foi de 4,51% para 4,55%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de, respectivamente, 6,49% e 4,55%.

Já a inflação suavizada para os próximos 12 meses foi de 4,80% para 4,84% de uma semana para outra - há um mês, estava em 4 88%. 

Entre os índices mensais mais próximos, a estimativa para dezembro de 2016 foi de 0,39% para 0,36%. Um mês antes, estava em 0,52%. Este dado também será divulgado oficialmente na quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No caso de janeiro, a previsão de inflação do Focus foi de 0,59% para 0,58%, ante 0,62% de quatro semanas atrás.

Preços administrados

O Relatório Focus mostrou mudanças nas projeções para os preços administrados. A mediana das previsões do mercado financeiro para o indicador em 2016 foi de alta de 5,71% para avanço de 5 76%. Para 2017, a mediana foi de elevação de 5,54% para alta de 5,50%. Há um mês, o mercado projetava aumento de 6,00% para os preços administrados em 2016 e elevação de 5,41% em 2017. 

Em suas projeções atuais, divulgadas no Relatório Trimestral de Inflação, o Banco Central espera alta de 5,6% para os preços administrados em 2016, de 6,0% para 2017 e de 5,2% para 2018.

Outros índices

O relatório semanal do Banco Central divulgado nesta segunda mostrou que a mediana das projeções do IGP-DI de 2017 passou de 5,13% para 5,15% da última semana para esta. Há um mês, estava em 5,04%. 

O indicador, calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), fechou 2016 com taxa de 7,18%. Os Índices Gerais de Preços (IGPs) são bastante afetados pelo desempenho do dólar e pelos produtos de atacado, em especial os agrícolas. 

Outro índice, o IGP-M, que é referência para o reajuste dos contratos de aluguel, passou de 5,08% para 5,21% nas projeções dos analistas para 2017. Quatro levantamentos antes estava em 5 06%. No ano passado, o IGP-M fechou com taxa de 7,17%. 

A mediana das previsões para o IPC-Fipe de 2017 seguiu em 5,19% no Focus. Um mês antes, a mediana das projeções do mercado para o IPC era de 5,39%. Em 2016, o IPC acumulou taxa de 6,54%.

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.