Inflação desacelera em Fortaleza, mas ainda é a maior; Brasil tem menor índice desde 1998

IPCA da Capital sobe 0,43% em setembro, abaixo da alta de 0,54% de agosto. No ano porém, índice é de 7,13%, bem acima da média nacional

Escrito por Redação Diário do Nordeste ,
A inflação oficial de Fortaleza, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 0,43% em setembro, abaixo da taxa registrada em agosto (0,54%). Apesar da desaceleração, a pressão inflacionária da Capital cearense continua elevada no acumulado do ano, já que atingiu um avanço de 7,13%, o maior índice entre todas capitais brasileiras analisadas. No acumulado dos últimos 12 meses, o percentual também é expressivo, de 10,87% - o maior do País.
 
Nacionalmente, a inflação oficial foi de 0,08% em setembro deste ano, o menor valor para o mês desde 1998, quando recuou 0,22%. A taxa também é inferior às observadas em agosto deste ano (0,44%) e em setembro de 2015 (0,54%), segundo dados divulgados nesta sexta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o IPCA acumula taxa de 5,51% no ano, o que coloca o índice de Fortaleza (7,13%) acima da média nacional para o período.  
 
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Em 12 meses, a taxa acumulada do Brasil chegou a 8,48%, abaixo dos 8,97% registrados até agosto deste ano, mas acima do teto da meta de inflação do governo federal, que é de 6,5%.
 
Setores que impactaram
 
Em setembro, o setor que mais impactou na inflação de Fortaleza foi o de habitação, com alta de 1,29%. O resultado foi influenciado, sobretudo, pela alta do cimento 3,99%, combustíveis domésticos (3,80%) e do desinfetante (3,15%). Por representar mais de 30% do IPCA da Capital cearense, a alta de 0,49% no grupo de alimentos e bebidas também pressionou a inflação da cidade. Os demais impactos negativos vieram de saúde e cuidados pessoais (0,65%), despesas pessoais (0,65%), educação (0,22%) e comunicação (0,13%). Em contrapartida, artigos de residência (-0,61%), vestuário (-0,24%) e transportes (-0,08%) registraram resultados negativos no mês e impediram que a inflação de Fortaleza fosse maior.
 
No acumulado deste ano, o grupo alimentação e bebidas é o grande vilão da inflação em Fortaleza, com alta de 10,56%, a maior entre todos os setores. Para se ter uma ideia, somente o feijão-carioca (rajado) ficou 119,27% mais caro para os fortalezenses entre janeiro e setembro de 2016. O feijão-mulatinho não fica muito atrás, com alta de 116,17%. 
 
Além do setor de alimentos e bebidas, todos os demais grupos que compõem o IPCA de Fortaleza registram alta no acumulado deste ano. Os gastos com saúde e cuidados pessoais, por exemplo, ficaram 10,13% mais caros, enquanto os custos da educação avançaram 9,05%. Os demais impactos vieram de: despesas pessoais (8,73%); habitação (5,63%); artigos de residência (3,72%); transportes (2,68%); vestuário (2,04) e comunicação (0,25%). 
 
Nacionalmente, o principal responsável pela desaceleração do índice foi o grupo de despesas de alimentação, que teve deflação (queda de preços) de 0,29% em setembro deste ano, depois de uma inflação de 0,3% no mês anterior. Também tiveram deflações os artigos para residência (-0,23%) e os transportes (-0,1%).
 
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