Inflação de Fortaleza recua 0,52% com redução nos preços dos combustíveis, em maio

Na Capital, os combustíveis sofreram queda de 6,22% em seus preços, gasolina apontou recuo de 6,41% em maio

Escrito por Redação ,
Legenda: Em todo o país, a gasolina teve alta de 4,5% em julho, em relação ao mês anterior. No mesmo período, o etanol subiu 1,86%.
Foto: Daniel Aragão

A inflação de Fortaleza medida pelo Índice do Consumidor Amplos (IPCA), registrou queda de 0,52% em maio. A redução de 6,22% no preço dos combustíveis foi um dos principais fatores para o resultado. A pesquisa foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), nesta quarta-feira (10).

Desde fevereiro, o preço dos combustíveis na Capital apresentam variação negativa. Com a pandemia do novo coronavírus, o ritmo de queda se acentuou, chegando a 6,41% em maio. De acordo com o presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-CE), Ricardo Coimbra, os itens que são mais demandados pelas pessoas acabam sofrendo alta nos preços, como a alimentação, enquanto os outros, como a gasolina, acabam tendo um menor impacto, por conta da baixa demanda.

Confira a inflação da gasolina em Fortaleza:

  • Janeiro: 1,78%
  • Fevereiro: -0,31%
  • Março: -1,55%
  • Abril:- 5,35%
  • Maio: -6,41%

Outro item que também auxiliou a redução da inflação na Capital, foram a venda de passagens aéreas que apresentou deflação de 26,88%. Coimbra, explica que, com a pandemia, o hub aéreo de Fortaleza sofreu uma queda significativa por conta do fechamento de diversas atividades.

Coimbra analisa que, os números divulgados pelo IPCA reforçam o baixo nível de inflação em detrimento da retração da atividade econômica, que neste período foi fortalecido a covid-19. Ele exemplifica esse impacto, com as operações do hub aéreo de Fortaleza, que sofreu uma queda significativa com o fechamento de diversas operações devido a pandemia.

"Fortaleza é centro de distribuição aérea, com o hub, e isso, acaba tendo um impacto na inflação, tanto quando você tem um volume maior de demanda, como quando tem uma queda significativa, como foi agora, com o fechamento de diversas operações e redução de um número significativo de voos", comenta.

Outros setores

A energia elétrica residencial também apontou um forte impacto na inflação de maio. O item registrou um recuo de 6,10%, um dos fatores que contribuíram para a queda foram as recomendações de manutenção da bandeira tarifária verde nas contas de energia, realizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), no último dia 26 de maio.

Além disso, em Fortaleza, as tarifas de energia foram isentas da contribuição de PIS e COFINS, o que também influenciou para a queda no resultado.

"Neste período de pandemia, o governo liberou algumas pessoas das contas de energia até o final do ano.Além de outras medidas que auxiliam o consumidor a postergar sua dividas, nisso você acaba tendo uma queda geral nos preços", pontua o presidente do Corecon-CE.

Entre os nove segmentos pesquisados pelo IBGE, o grupo alimentação foi que apresentou a maior variação positiva de Fortaleza, com avanço de 0,72% no mês. Os itens que mais inflacionaram dentro do grupo foram: a cebola (22,76%), manga (22,43%), batata-inglesa (13,42%), mamão (11,45%), cheiro verde (9,18%), alho (8,46%) , patinho (7,66%) e contrafilé (6,33%).

Projeções

Mesmo com resultado de deflação no mês, Fortaleza  acumula inflação de 0,64% no ano e de 2,57% em 12 meses. O presidente do Corecon-CE avalia que, mesmo com o retorno das atividades, o processo de recuperação será lento e gradual.

"O que gente pode ver é que esse processo vai ser lento e gradual, sem um impacto muito grande. Com isso, nós vamos encontrar estabilidade ou queda na inflação, mas é provável que a gente continue em queda, tanto em nível nacional como local", analisa.

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