Indústria têxtil no Ceará deve faturar em torno de R$ 11 milhões em 2018

Mesmo com o ano difícil para após a greve dos caminhoneiros em maio, faturamento no Ceará deve ficar estável em relação ao ano de 2017, quando o número encerrou em R$ 11,1 milhões, segundo a Abit

Escrito por Ingrid Coelho , ingrid.rodrigues@diariodonordeste.com.br

Com as expectativas positivas brecadas após a greve dos caminhoneiros em maio, o setor têxtil vê 2018 como "uma decepção" e adota um "otimismo responsável" para o ano que vem. No Ceará, o faturamento nominal da indústria têxtil e da confecção, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), deve ficar próximo ao montante de R$ 11,1 milhões registrado em 2017, quando figurou como o quinto no ranking do País.

Para o ano de 2019 o presidente da entidade, Fernando Valente Pimentel, não tem uma projeção específica para o Ceará, mas avalia que o Brasil deve apresentar números melhores que os deste ano. Em 2018, o setor no País amarga uma queda de 2% na produção industrial e retração em torno de 1% nas vendas do varejo em termos reais. "(Este ano) foi duríssimo para a indústria. Nós temos um otimismo responsável para 2019, com projeção de crescimento real de 2% a 2,5% na produção e de 3% a 3,5% nas vendas do varejo, mas tudo isso vai depender do câmbio, que é algo que temos que acompanhar, e do avanço de reformas como a da Previdência", avalia.

Além do baque sofrido com a greve dos caminhoneiros, Pimentel considera ainda que 2017 foi impactado positivamente pela liberação do dinheiro das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o que teria gerado uma base de comparação alta - o que não teria acontecido se a indústria não tivesse sido tão impactada pela paralisação dos caminhoneiros.

O setor já havia se posicionado em relação à postura adotada pela equipe do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Além da possibilidade do corte unilateral nas tarifas de importação, que de acordo com o setor pode prejudicar as negociações internacionais, a postura de transformar o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) em secretaria provocou receio na indústria como um todo. "O Paulo Guedes disse que será o interlocutor da indústria. A filosofia econômica liberal é a mais importante, mas não um liberalismo ingênuo", arremata Pimentel.

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