Fora da fase 4 do plano de retomada, setor de eventos acumula perdas de R$ 173 mi
Representantes tentam, junto ao Governo do Estado, conseguir liberação com protocolos rígidos de funcionamento
Com as atividades interrompidas desde o início da pandemia do novo coronavírus, o segmento de eventos continuará inoperante em todo Estado, mesmo com o avanço para a 4ª fase do Plano de Retomada Responsável das Atividades Econômicas e Comportamentais. O anúncio foi feito pelo governador do Estado, Camilo Santana, em entrevista ao Sistema Verdes Mares, nesta quarta-feira (15).
Em Fortaleza, o segmento já acumula perdas de R$ 173 milhões em sua receita no primeiro semestre deste ano, de acordo com Sindicato das Empresas Organizadoras de Eventos e Afins no Estado do Ceará (Sindieventos-CE). O setor ainda conta com o encerramento de mais de 14 mil postos de trabalhos diretos e indiretos.
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Ficaram de fora da 4ª fase, escolas, shows, eventos, espetáculos, além de cinemas, bares e academias. Segundo o governador, os especialistas apontaram que as atividades que foram excluídas da fase 4 geravam "aglomeração e risco de transição" do vírus.
"Todas as decisões em relação a retomada das atividades são discutidas no comitê sobre a orientação dos especialistas. Se os indicadores de Fortaleza continuarem da forma que estão hoje, os números caindo, a procura assistencial para a Covid-19 também diminuindo, então Fortaleza entrará na 4ª fase", comenta Santana.
Até o momento, Fortaleza está na fase 3, a previsão é que a cidade avance para a fase 4 na próxima segunda-feira, 20 de julho. Porém, o governador não informou se a próxima etapa acontecerá, de fato, na segunda-feira. A informação deverá ser anunciada neste fim de semana.
Para a presidente do Sindieventos-CE, Circe Jane Teles, o momento é de cautela, mas o setor está buscando maneiras de dialogar com o governo, para que as atividades sejam retomadas ainda na fase 4.
"Nós sabemos que o governo tem toda a responsabilidade e quer segurança para retomar as atividades. Mas, nós estamos fazendo uma interlocução com o governo, sugerindo um protocolo de retomada, que sugere também um escalonamento gradual para retomar os eventos, começando pelos menores e depois os maiores. É a nossa tentativa de gerar uma retomada segura e cautelosa, vamos ver se isso vai ser aceito", comenta.
Entraves
Teles pontua que uma das maiores dificuldades deste período é a de acesso ao crédito, já que muitas instituições financeiras estão com "entraves" para conceder linhas de crédito aos pequenos empresários.
Além disso, ela pontua que muitos estabelecimentos correm o risco de fecharem "momentaneamente", pelas incertezas que o setor poderá enfrentar até o final deste ano.
A presidente do Sindieventos-CE ainda ressalta que o segundo semestre pode trazer resultados ainda mais negativos que o primeiro, já que é neste período que ocorrem os eventos de negócios no Estado.
"Se os eventos não retomarem, os impactos serão ainda maiores. Os (eventos) de negócios acontecem neste período de setembro, outubro, novembro e em dezembro. Alguns ainda seguem agendados. Porém, não temos a certeza se eles irão acontecer", comenta.