Compras deles são mais caras

Escrito por Redação ,
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Os homens realmente vão às compras com menos freqüência do que as mulheres. Mas quando se arriscam no shopping gastam bem mais. ´O ticket médio masculino é 35% maior que o feminino´, comenta o presidente da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), Roque Pellizzaro Júnior. As paixões deles costumam ser mais caras: carros, eletroeletrônicos, equipamentos de informática...

E mais: os homens são capazes de gastar R$ 2,00 em algo que vale R$ 1,00, se precisarem do produto ou não tiverem paciência para pesquisar. Já as mulheres têm presença mais significativa em segmentos como moda, cosméticos, calçados e livros, onde os valores são menores, conforme a CNDL. E para elas o preço é mais importante do que a necessidade. É o caso daquela bolsa que não faz diferença no armário, mas está com desconto de 50%. Uma verdadeira pechincha!

Cada vez mais representativas no consumo, as mulheres levaram o comércio a algumas mudanças, de acordo com Roque Pellizzaro Júnior. Além de expositores mais baixos e cores e músicas mais femininas, as lojas se adaptaram às compras por impulso — característica delas, segundo o presidente da CNDL — oferecendo crediários mais flexíveis.

É aí que mora o perigo, segundo Reinaldo Domingos, educador e terapeuta financeiro. Este é o primeiro passo para que o dinheiro saia sem que se saiba como e para onde. ´O melhor é fazer um diagnóstico financeiro, anotando por trinta dias, todas as despesas, até mesmo as gorjetas. Depois uma reunião com a família, ver onde é possível cortar gastos´, diz Domingos, para quem o pior erro que qualquer homem ou mulher pode cometer é não respeitar o seu próprio padrão de vida. ´A pessoa ganha dois salários mínimos e já compra um carro, mas se esquece dos gastos com manutenção´, exemplifica.

Às vezes cada despesa em si é baixa, mas a soma delas é outra história. A manicure Karla Ferreira admite que, além dos remédios da mãe, enfrenta outro problema: o fraco por roupas, bijuterias e acessórios para o cabelo: ´Compro no Centro, quando vou fazer as compras de casa e o material de trabalho. São tão baratinhos que não resisto´. Mas R$ 2,00 aqui, outros R$ 5,00 ali; no final do mês, os gastos extrapolaram a renda. ´Este é o problema de toda uma geração, uma geração de endividados´, diz Reinaldo Domingos.
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