Companhia aérea holandesa está atenta a mercado nordestino

KLM poderá expandir conexões no Nordeste em reflexo à saída da companhia aérea alemã Condor do mercado, que encerrou as operações em setembro. Hub de Fortaleza dá primeiros sinais de amadurecimento, avalia executivo

Escrito por Hugo Renan do Nascimento* | São Paulo , hugo.Renan@svm.Com.Br
Legenda: Hub do Grupo Air France/KLM e Gol em Fortaleza está em operação há um ano e meio.
Foto: FOTO: KLEBER A. GONÇALVES

A companhia holandesa KLM, que opera quatro voos semanais em Fortaleza para Amsterdã, pretende continuar expandindo suas operações no Brasil, onde voa também de São Paulo e Rio de Janeiro. A empresa poderá aumentar o número de conexões no Nordeste nos próximos meses, em reflexo à saída da companhia alemã Condor, que encerrou atividades no Brasil em setembro passado.

Antes de aumentar as frequências em Fortaleza, porém, a empresa afirma querer atender de forma adequada às demandas do mercado nordestino. Segundo o diretor comercial do grupo Air France/KLM, Seth van Straten, é importante frisar que os mercados do Rio e São Paulo já estão consolidados. Já Fortaleza, que tem operações da KLM há cerca de um ano e meio, precisa ainda passar por um amadurecimento natural.

"É uma rota considerada ainda muito recente. Começamos com dois voos e passamos para quatro em menos de um ano", explica o executivo. Ele aponta que um dos primeiros sinais de que a base está amadurecendo é a troca de equipamentos - a Air France, que liga a Capital a Paris (França), anunciou na semana passada que as operações de Fortaleza a partir de 2020 serão operadas com o Boeing 787, uma das mais modernas aeronaves do mundo.

Contudo, a KLM não tem planos de mudar o modelo dos aviões em Fortaleza por enquanto. Hoje, a companhia utiliza o Airbus A330-220 na rota para Amsterdã. "Temos estudos toda semana para otimizar tudo isso. Agora não", aponta Straten.

"Além disso, nós também trouxemos aeronaves mais modernas, então a gente tem uma perspectiva muito boa para Fortaleza. Encaramos como um mercado essencial hoje que precisamos trabalhar e desenvolver. Queremos que o povo cearense conheça e desenvolva com a gente o nosso produto de classe executiva", destaca.

A consolidação da base de Fortaleza depende de fatores como ocupação das aeronaves - atualmente, com média de cerca de 90% -, divulgação do destino e cenário macroe-conômico. "Há só um ano que operamos, a capacidade está boa neste momento. Vamos ver isso (a possibilidade de ampliar as operações na Capital). Temos oportunidade".

Presença

Atualmente, o grupo Air France-KLM transporta para o Ceará, em sua maioria, franceses, holandeses, italianos, alemães e britânicos. "Os holandeses gostam muito de kitesurf, então muitos estão indo conhecer Fortaleza e o Cumbuco. Tivemos um crescimento de mais de 200% da chegada de holandeses no Ceará", acrescenta van Straten.

Conforme dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a KLM transportou de janeiro a agosto deste ano mais de 54 mil passageiros de e para Fortaleza.

Parceria

A aquisição da Delta de 20% da Latam e fim da parceria com a Gol não afetará em nada - por enquanto - as relações do grupo franco-holandês com a companhia brasileira, segundo Straten. "Mais de 25% dos passageiros pelo nosso lado conectam com a Gol. É uma parceria bem forte. Agora, a Gol é a nossa parceira. Estamos felizes com isso. O futuro, ninguém sabe. A Delta é a nossa parceira global e a Gol, aqui no Brasil", diz.

* O jornalista viajou a convite da Air France/KLM

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