Com futuro em risco, bancários devem investir em capacitação

Para especialista, modernização do setor estimula profissional de banco a procurar cada vez mais certificações específicas. Cargo pode desaparecer em alguns anos, dando espaço para funções mais personalizadas para os clientes

Escrito por Hugo Renan do Nascimento , hugo.Renan@diariodonordeste.Com.Br

A redução do quadro de funcionários em alguns bancos põe em discussão o futuro da profissão de bancário. Há quem diga que, em alguns anos, essa função não existirá mais. No entanto, há correntes que debatem que o profissional precisa cada vez mais investir em conhecimento para sobreviver às mudanças. Para Bernadete Pupo, consultora de Recursos Humanos, em um futuro não muito distante, os cargos que atuam na linha de frente de uma agência tradicional não devem mais existir.

"Isto porque os bancos estão investindo muito em CRM (Customer Relationship Management ou Gestão de Relacionamento com o Cliente) e Big Data. Eles querem ter uma visão 360 graus do cliente para ofertar produtos cada vez mais específicos e de acordo com o perfil de cada um deles. E tudo de forma digital, inclusive dos investimentos mais pesados que já são realizados pelos canais digitais", explica.

Segundo a consultora, devido a esse movimento, tem se observado o pouco investimento dos bancos na abertura de novas agências. "Não se pode desconsiderar o fato de que ainda existe uma geração de clientes que preferem o contato e a presença na agência. Se nas cidades grandes é difícil a assimilação da cultura de tecnologia, nas cidades mais afastadas e em estados mais carentes esse processo pode ser mais lento. Considerando esse contexto, a profissão de bancário tende a ser substituída aos poucos".

Bernadete também reforça que no mundo cada vez mais digitalizado, o setor bancário continua se modernizando a passos largos, com os smartphones sendo uma ferramenta essencial de uso das pessoas. "Todo esse avanço de investimento em tecnologia tem dois lados. O primeiro, visa reduzir custos operacionais com funcionários que representam alta despesa ao fim da linha e, por outro lado, trazer mais conforto e facilitar o dia a dia dos clientes", pondera.

Dicas

Para a consultora, o bancário deve buscar conhecimento. "Tanto para os profissionais que desejam se inserir no mercado de trabalho com foco em bancos, como para os profissionais que já trabalham nestas instituições, o caminho é investir em conhecimento, como por exemplo, em certificações como a CPA-10 ou CPA-20 que é destinada aos profissionais que atuam na distribuição de produtos de investimento em agências, cuja formação é obrigatória para todos os operadores que lidam diretamente com produtos de investimento".

Segundo ela, essas certificações financeiras são uma espécie de "selo de qualidade" que promovem diferenciação no mercado de trabalho. "Para os profissionais que já atuam no segmento bancário, a certificação financeira é um indicador de que o profissional se dedica ao autoaprendizado e se preocupa com a constante atualização".

Para o bancário que executa serviços mais burocráticos, a opção, na avaliação de Bernadete Pupo, é se adaptar a um perfil mais criativo, que entenda melhor as necessidades dos clientes para especializar-se em produtos e serviços. "Outra alternativa para o profissional bancário é a atuação como planejador financeiro, e para isso é importante que se certifique em CFP (Certified Financial Planner - Planejador Financeiro Certificado). O objetivo é dar assessoria em investimentos aos gerentes de contas, de aplicadores pessoa física, estando habilitado para indicar produtos de investimentos", considera.

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