Com aumento da produtividade de MPEs, País pode crescer 4 % ao ano

Patamar pode ser alcançado se pequenos negócios chegarem a ter 60% da produtividade de grandes empresas. Para isso, Governo aposta em fomento à formalização, acesso ao crédito e inovação, entre outras estratégias

Escrito por Redação , negocios@svm.com.br
Legenda: Governo Federal estuda estratégias para ampliar a produtividade de pequenos negócios no País
Foto: Foto: José Leomar

O País pode crescer até 4% ao ano pela próxima década se as micros e pequenas empresas (MPES) alcançarem 60% da produtividade dos grandes negócios do País, destacou o secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec), Carlos Alexandre da Costa, durante o Fórum Banco do Nordeste de Desenvolvimento 2020, evento online mediado pelo BNB, na tarde de ontem (22). Hoje, essa proporção é de somente 22%.

Para alcançar essa meta, Costa aponta que o Governo Federal tem um plano composto por cinco pilares. O primeiro ponto é a formalização, não se limitando apenas ao registro no CNPJ.

"Se a empresa tem um CNPJ, mas vende sem nota e contrata informalmente, ela não é realmente regular. Por isso é importante possibilitar que nossas MPEs atuem de maneira formal. Não adianta impor a fiscalização, tem que facilitar este processo", explica o secretário.

O segundo pilar é sobre o acesso ao crédito, que ele avalia ser essencial para que os negócios ganhem produtividade. "O crédito traz uma nova possibilidade para a micro e pequena empresa. Ele faz com que a empresa se planeje melhor, saiba melhor das suas contas. Por isso, nós queremos implementar muito rapidamente o sistema nacional de garantia de crédito", diz.

O fomento à inovação, segundo o secretário, é o terceiro pilar do plano. Ele diz que o suporte do Sebrae, com o "Programa Brasil Mais" deve ser "grande aliado" para isso.

"Queremos retomar a iniciativa a todo vapor. Com ela, 250 mil empresas devem atingir capacidades gerenciais de forma ampla e 1 milhão de forma parcial, através do programa digital", estima Carlos.

O processo de digitalização é outro ponto tocado pelo plano federal. "É começar a introduzir elementos digitais nos produtos, processos e relações com o cliente. Queremos trazer ferramentas que antes eram de uso exclusivo das grandes empresas e que podem ser disseminadas".

A iniciativa vem sendo endossada pelo BNB e deve ser expandida nos próximos meses, como explica o presidente da Instituição, Romildo Rolim. "A gente vem avaliando bastante as novas linhas de crédito que levam a inovação no nome. Estamos sempre buscando estar em contato com os clientes através de orientação estratégia e do hub de inovação do BNB", afirma.

O último pilar citado por Costa para ampliar a produtividade dos pequenos negócios é a relação dessas empresas com o mercado externo. Ele destaca que apenas 0,7% das exportações nacionais partem de pequenas empresas e que ampliar essa proporção pode fazer com que "a produtividade salte muito".

Pronampe

Mesmo destacando o Programa de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) como um dos principais responsáveis por levar crédito aos pequenos negócios, Costa diz estar insatisfeito com o baixo percentual de crédito partindo do programa ao Nordeste. "Dos R$ 16 bilhões que já concedemos, apenas R$ 2 bilhões foram para o Nordeste", .

Em resposta, o presidente do BNB, Romildo Rolim, destaca que o programa deve receber mais investimentos. "Vamos fazer todo o nosso orçamento de Pronampe, está no nosso direcionamento estratégico de fazer isso de forma rápida", explicou.

 

 

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