Ceará é 2º do Brasil em solidez fiscal, diz estudo

Ranking da ONG Centro de Liderança Pública classificou o Estado como 12º mais competitivo do País

Escrito por Redação ,
Legenda: Capacidade de investimento cearense atingiu nota máxima na pesquisa
Foto: Foto: KLÉBER A. GONÇALVES

Fortaleza/Rio. O desempenho econômico do Ceará continua entre os melhores do País, segundo a pesquisa da organização não governamental Centro de Liderança Pública (CLP), que apontou o Estado como o 12º mais competitivo entre todas as unidades da federação em 2018. Dentre os pilares investigados, a solidez fiscal foi a de melhor avaliação, chegando a 95,5 pontos - 2ª melhor pontuação do ranking nacional, atrás apenas de Alagoas (100).

Apesar de ter caído uma posição entre 2017 e 2018 - de 11º para 12º em competitividade -, o Ceará conseguiu expandir atuação em alguns pilares investigados pela CLP. Além da solidez fiscal, o Estado alcançou boa pontuação em eficiência da máquina (75,6 pontos) e educação (72,4 pontos).

"Esse ano é um ano que o nosso volume de investimento é bem superior que o ano anterior. Isso coloca o Ceará como um dos maiores investidores do País, perdendo apenas para São Paulo e Rio de Janeiro, que recebe investimento absurdo do Governo Federal. Agora, só conseguiremos sair deste estágio de desenvolvimento se houver pesado investimento e nós somos os maiores colocados em números relativos em relação a PIB e receita corrente líquida e em números absolutos supera Minas Gerais", avaliou secretário João Marcos Maia (Fazenda).

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Segundo Maia, os alvos preferenciais dos investimentos aplicados pelo Ceará são infraestrutura, educação, inovação e também segurança pública, onde a modernização das polícias e o aumento do contingente de policiais são as principais ações.

Dos dez pilares, cinco estão acima da média nacional. Todos são relacionados diretamente com a atuação econômica do governo estadual, exceto a Educação. Já entre os indicadores que compõem a solidez fiscal para o ano de 2018, o Ceará atingiu nota máxima (100 pontos) na capacidade de investimento. Já quando a série histórica - iniciada em 2015 - é avaliada, os resultados cearenses demonstram estabilidade na solidez fiscal, mas encolhimento para o potencial de mercado, infraestrutura, eficiência da máquina, sustentabilidade social, inovação e segurança. No entanto, é observado expansão no desempenho dos demais pilares da CLP. Educação, capital humano e sustentabilidade ambiental foram ampliados.

"Isso faz a diferença para a gente promover o desenvolvimento socioeconômico do nosso estado. Se estivéssemos guardando esse dinheiro que investimentos, com certeza estaríamos lá em cima desse ranking, mas o que queremos é o desenvolvimento sócio-econômico e melhores condições de vida para o nosso povo", observa o secretário estadual da Fazenda.

Segurança

A pesquisa da CLP ainda aponta que estados brasileiros estão perdendo competitividade por causa da violência. É o caso, por exemplo, do Acre, que perdeu oito posições no ranking nacional em decorrência da violência, e agora está na última colocação. Na área de segurança pública, passou de 5º colocado (em 2015) para 20º (em 2018).

De acordo com a pesquisa, desde 2016, "a disputa pelo controle de fronteiras do tráfico de drogas na região, levou a um enorme aumento da violência, de 2015 para 2016, o número de homicídios subiu 86%. Só no Acre, são 1,4 mil quilômetros de fronteiras com a Bolívia e o Peru, os maiores produtores de cocaína do mundo". Outro estado com queda no quesito segurança foi Roraima, que caiu da 4ª posição (2015) para 26ª (2018), ficando a frente apenas de Pernambuco (27ª).

As cinco unidades da Federação melhor avaliadas no combate à criminalidade foram São Paulo, Santa Catarina, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Rondônia. Em sua sétima edição, o ranking de competitividade, elaborado pela organização em conjunto com a Tendências Consultoria Integrada e Economist Intelligence, avalia dez quesitos de gestão pública: sustentabilidade ambiental, capital humano, educação, eficiência da máquina pública, infraestrutura, inovação, potencial de mercado, solidez fiscal, segurança pública e sustentabilidade social.

Para a diretora executiva da CLP, Luana Tavares, o trabalho conclui a necessidade de uma atuação mais ostensiva dos gestores na área de segurança pública. Ela propõe a "otimização dos serviços e maior investigação dos crimes em um trabalho conjunto das polícias civil e militar". Também afirmou que a maioria dos estados não tem priorizado ações para o cumprimento da meta das Nações Unidas de diminuir em 50% as mortes no trânsito até 2020.

Destaques

Enfrentando uma grave crise financeira, o estado do Rio de Janeiro vem perdendo posições no ranking geral. Em 2015, estava no oitavo lugar, em 2018, passou para o 13º. No quesito eficiência da máquina pública, o Rio de Janeiro despencou do 10º para o 15º lugar. Em solidez fiscal, está na última posição.

Já Alagoas teve o maior avanço na classificação nacional da pesquisa, subindo oito pontos e garantindo a 16ª posição no ranking da CLP de 2018.

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