BNB busca "calibrar" atuação durante retomada, diz Romildo Rolim
Banco está monitorando impacto da pandemia nos segmentos da economia e direcionando decisões de acordo com diferentes necessidades. Foco na retomada será nas micros e pequenas empresas do comércio e serviços
Sendo uma instituição bancária de fomento, o Banco do Nordeste (BNB) está revendo seu papel durante a retomada das atividades econômicas. Segundo o presidente do BNB, Romildo Rolim, o banco está "calibrando" a atuação para tomar decisões, como a prorrogação do pagamento de parcelas, e destinar mais recursos para determinados setores.
Ele revela que estão monitorando e analisando o impacto da pandemia do novo coronavírus em cada segmento de atuação do banco, de forma a constatar quais estão sofrendo mais e precisam de um prazo maior para pagar os empréstimos e financiamentos contratados, os que estão sendo afetados em menor proporção, os que precisam de novo crédito para recuperar o ritmo da atividade.
"A gente irá continuar o trabalho de suporte às atividades. Em fevereiro, iniciamos um estudo acompanhando esse impacto. A visão que tínhamos em abril era mais obscura. Hoje, já sabemos mais ou menos a situação, as incertezas vão começando a desaparecer, vamos tendo mais claro essa nova forma e atuação", afirma Rolim.
Ele acrescenta que esse redirecionamento tem como objetivo uma maior eficiência e retorno. "Precisamos calibrar melhor a retomada da nossa atuação, para que ela seja bem mais forte que ano passado, mais assertiva, e os clientes possam responder com geração de emprego e renda", ressalta o presidente.
Micros e pequenos
Pelo que já constataram, um dos principais focos do banco na retomada serão as micros e pequenas empresas, grande maioria entre os clientes da instituição. Entre os segmentos, também maioria na carteira de crédito do BNB, estão as empresas do comércio, serviços e cadeia do Turismo. "Foram setores bastante impactados pela pandemia, hotéis, restaurantes, motoristas de aplicativo, artesãos, estamos estudando a melhor forma de ajudá-los", aponta.
Para auxiliar as empresas a manterem capital de giro e os postos de trabalho, o banco lançou uma nova linha de crédito durante a pandemia, o FNE Emergencial. Com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), a modalidade concede até R$ 200 mil a uma taxa de juros de 2,5% ao ano. Conforme Rolim, R$ 1 bilhão dos R$ 3 bilhões destinados a essa finalidade já foram aportados.
O presidente do BNB ressalta a manutenção do volume de aportes no primeiro semestre do ano em comparação a igual período do ano passado mesmo em uma situação adversa. Ao todo, foram R$ 18,4 bilhões em operações.
'Caminho certo'
O secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Salim Mattar, afirmou que o Brasil está no caminho certo para a retomada. A declaração foi dita ontem (20) durante o painel virtual de abertura do Fórum Banco do Nordeste de Desenvolvimento 2020 em comemoração do aniversário de 68 anos da instituição.
Questionado se o Nordeste possuía alguma vantagem ou dificuldade a mais em relação ao restante do País, Rolim apontou que a afirmação do secretário abrange o Brasil inteiro e pontuou que todas as regiões serão beneficiadas com as reformas estruturais que estão sendo preparadas.
"Questões relacionadas à simplificação, à melhora do ambiente de negócios, reformas, os ganhos estão sendo observados ao longo do tempo e levando o Brasil novamente para a linha de crescimento em que estava. A prosperidade está por vir e estaremos juntos. O BNB é banco que faz as políticas públicas acontecerem dentro da nossa área de atuação, é nossa missão de banco de fomento".