Banco Central dos EUA sinaliza que pode elevar taxa de juros em junho

Se aumento for confirmado, real pode se desvalorizar ainda mais perante a moeda americana. Assim, dólar tende a subir

Escrito por Folhapress ,
O Federal Reserve deve elevar os juros em junho se os dados econômicos indicarem crescimento econômico mais forte no segundo trimestre, bem como alta da inflação e melhora no emprego, de acordo com a ata da reunião de abril do banco central norte-americano divulgada nesta quarta-feira (18).
 
Essa posição, expressada pela maioria dos membros do Fed no encontro, sugere que o banco central está muito mais próximo de aumentar os juros novamente do que espera o mercado. Os preços para os contratos futuros da taxa básica de juros do Fed indicavam nesta quarta que investidores viam chance de apenas 19% de elevação no mês que vem.
 
Mas os membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) disseram que os dados econômicos recentes deixaram-nos mais confiantes de que a inflação estava avançando em direção à meta de 2% e que eles estavam menos preocupados com a desaceleração econômica global, de acordo com o documento.
 
"A maioria dos participantes julgou que, se o fluxo de dados for consistente com a recuperação do crescimento no segundo trimestre, os mercados de trabalho continuarem a ganhar força e a inflação progredir em direção à meta de 2% do comitê, então provavelmente será apropriado elevar a taxa de juros em junho", trouxe a ata.
 
Impacto no Brasil
 
Os Estados Unidos são considerados a economia mais segura do mundo. Assim, um aumento da taxa de juros nos país norte-americano tem a capacidade de tirar recursos investidos em outras nações e levar esse dinheiro para lá, provocando uma desvalorização das moedas. Com menos dólares no Brasil, o real fica mais fraco e o dólar sobe.
 
Algumas autoridades demonstraram preocupação com a desaceleração do crescimento dos EUA no primeiro trimestre, quando o PIB (Produto Interno Bruto) expandiu 0,5%, menor ritmo em dois anos. Mas outros argumentaram que o crescimento robusto do emprego sugeria que a economia continuava nos trilhos e os dados de crescimento podiam ter falhas.
 
"A maioria indicou a melhora constante nos mercados de trabalho como um indicador de que o ritmo da atividade econômica provavelmente não se deteriorou", segundo a ata.
 
Algumas autoridades disseram estar preocupadas com a possibilidade de os mercados financeiros sofrerem o impacto de uma possível saída da Grã-Bretanha da União Europeia no mês que vem ou das políticas cambiais chinesas.
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