Empresa cearense inicia produção experimental de uva e mais variedades de mamão e maracujá

Novas espécies de melão, mamão e maracujá também são avaliadas

A cearense Agrícola Famosa, maior exportadora de frutas frescas do Brasil, começou a produzir uva e novas variedades de frutos. A previsão é de que as culturas passem a integrar o portfólio da companhia em até três anos, segundo o sócio-fundador Luiz Roberto Barcelos. 

A empresa, que tem como carro-chefe o melão, está localizada na divisa do Ceará com o Rio Grande do Norte. O valor do investimento, contudo, não foi divulgado. 

“Estamos pensando em ampliar algumas outras frutas e também outras variedades de melões”, disse, durante o Congresso do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), no último dia 8, em São Paulo.

Conforme Barcelos, espécies de mamão e do maracujá também são avaliadas. Atualmente, a Famosa já produz esses alimentos. As novas culturas ainda estão em fase de experimentação, em uma pequena área do Ceará. 

No Brasil, a região Nordeste concentra a maior produção de uvas, com 1,9 mil hectares (ha) plantados, segundo dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2022.

As maiores plantações estão em Pernambuco e na Bahia, nas cidades de Petrolina (6,45 mil ha), Lagoa Grande (1,85 mil ha) e Juazeiro (1,64 mil ha), respectivamente. 

No restante do País, também são destaque o Sudeste, com 9,9 mil ha; e o Sul, com 7,4 mil ha. 

Agricultura regenerativa 

A 25ª edição do Congresso do IBGC ocorreu nos dias 8 e 9 de outubro, no WTC Events Center, em São Paulo. Durante o evento, Barcelos participou de painel sobre bioeconomia. 

Segundo ele, atualmente, 100% das práticas na empresa são de baixo impacto ambiental. “Todo o processo é regenerativo. Não usamos mais nada de químicos para combater doença do solo, por exemplo”, afirmou, acrescentando ser também uma exigência dos compradores da Europa. 

“Hoje, a agricultura regenerativa também tem se mostrado mais eficiente, sendo um passo que estamos dando em direção ao orgânico”, observou. 

*A repórter viajou a convite do Congresso do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa