O Consórcio Águas de Fortaleza, liderado pela empresa cearense Marquise, foi reconhecido pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) nesta quarta-feira (31) como responsável pela construção e operação da Usina de Dessalinização do Ceará, segundo a empresa Marquise, que integra o consórcio.
O processo licitatório para a escolha do vencedor foi passível de recurso até o dia 16 de fevereiro. De acordo com nota da Marquise, não cabe mais recursos administrativos.
“O assunto vinha sendo comentado na imprensa por conta de recursos sem fundamentos apresentados pelos concorrentes, que não prosperaram e o Consórcio liderado pela Marquise foi declarado vencedor. Estamos muito felizes com a notícia e prontos para iniciar esse grande projeto", disse Renan Carvalho, diretor da Marquise Infraestrutura.
O consórcio também é composto pelas empresas PB Construções e Abegoa Água e foi aprovado com o menor valor, por R$ 118 milhões.
Na Justiça
Com recursos negados no processo pela Comissão de Licitação do Estado, a GS Inima Brasil, uma das proponentes, disse estudar a possibilidade de recorrer na Justiça contra a decisão.
“No recurso, a GS Inima Brasil questiona a falta da apresentação de documentos válidos de habilitação para comprovar a capacidade técnico-operacional da empresa Abengoa S/A, integrante do Consórcio Águas de Fortaleza, para implantar e operar a Estação de Dessalinização de Fortaleza”, informou a empresa em nota.
“A GS Inima Brasil também aponta a falta de comprovação da capacidade dos profissionais indicados pelo Consórcio Águas de Fortaleza como responsáveis técnicos pela futura Estação Dessalinizadora e do vínculo deles com a Abengoa”, acrescentou.
Além da GS Inima, o consórcio Cobra Brasil também contestou o resultado durante o processo. Segundo as queixas, houve quebra de isonomia na competição que favoreceu o Consórcio Águas de Fortaleza, vencedor do certame.
A reportagem procurou a Cagece na noite de hoje, mas até o fechamento desta matéria não obteve resposta.
O projeto
O projeto da usina prevê a construção da estrutura na Praia do Futuro, na capital cearense, com o uso de tecnologia por osmose reversa, para obtenção de água potável. Nesse processo, o sal é separado da água por meio da aplicação de uma pressão sobre o líquido.
Os estudos também preveem que a usina captará água do mar a uma distância de 2,5 mil metros da costa e 14 metros de profundidade.