A Receita Federal encerrou 2020 com uma arrecadação de R$ 1,526 trilhão em impostos e contribuições, uma queda real de 6,91% em relação ao ano anterior. Afetado principalmente pelos efeitos da Covid-19 na economia, o resultado é o mais baixo em dez anos (já considerando a série histórica atualizada pela inflação).
A diminuição na arrecadação agrava o cenário de desequilíbrio fiscal impulsionado pela pandemia do coronavírus e pelas despesas anticrise criadas em 2020, como o auxílio emergencial, aumentando a dívida pública brasileira.
Os números mostram que dezembro foi o quinto mês seguido de crescimento nas receitas (na comparação com mesmo mês de 2019), embora em ritmo menor do que o registrado nas divulgações anteriores.
Após quedas registradas de fevereiro a julho, o mês de agosto mostrou avanço real de 1,33% sobre igual mês de 2019. Em setembro, houve avanço de 1,97% contra um ano antes; em outubro, 9,56%; em novembro, 7,31%. E, em dezembro, houve crescimento de 3,18%.
Os dados foram impactados em 2020 por medidas como o corte de IOF sobre operações de crédito e a redução tributária para diferentes produtos para combater a Covid-19.
Na visão da Receita, os números são influenciados também pelo movimento de empresas buscando as chamadas compensações tributárias, quando elas abatem dívidas tributárias de créditos a que têm direito perante o Fisco.