Americanas consegue na Justiça decisão preparatória de recuperação judicial; impacto é de R$ 40 bi

Empresa tem 30 dias corridos para entrar com pedido de recuperação judicial

Escrito por Estadão Conteúdo/Diário do Nordeste ,
Americanas
Legenda: A Americanas alega que as inconsistências contábeis comunicadas pela empresa podem levar ao vencimento antecipado de R$ 40 bilhões em dívidas
Foto: Shutterstock

Após a descoberta de um rombo de R$ 20 bilhões em suas contas, a Americanas pediu e conseguiu na Justiça proteção contra credores que queiram antecipar o pagamento de dívidas. O juiz Paulo Assed, da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, concedeu uma tutela cautelar para suspender vencimentos antecipados e efeitos de inadimplência da companhia.

Após essa decisão, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) deu 30 dias corridos para a Americanas entrar com pedido de recuperação judicial. O processo corre em segredo de justiça.

O pedido da Americanas se deu porque as inconsistências contábeis da ordem de R$ 20 bilhões comunicadas pela empresa podem levar ao vencimento antecipado de R$ 40 bilhões em dívidas, segundo alegação da varejista ao TJRJ.

"Essas inconsistências, na avaliação das Requerentes, exigirão reajustes nos lançamentos da Companhia, o que poderá impactar nos resultados finais divulgados nos respectivos exercícios anteriores, com alteração do grau de endividamento da empresa e/ou volume de capital de giro, implicando, por via reflexa, no descumprimento de "covenants financeiros" previstos em contratos, inclusive estrangeiros, acarretando o vencimento antecipado e imediato de dívidas em montante aproximado de R$ 40 bilhões", consta na decisão do juiz.

Veja também

Rombo de R$ 20 bilhões

Na quarta-feira (11), no início da noite, o mercado financeiro nacional foi surpreendido com a informação de que a Americanas, uma das gigantes do comércio varejista brasileiro, divulgou um Fato Relevante, anunciando que descobriu um rombo de R$ 20 bilhões em suas contas. 

O comunicado, assinado pelo presidente executivo da empresa, Sérgio Rial, que estava no cargo havia apenas 15 dias, afirma que foram detectadas “inconsistências contábeis” ligadas a contas de fornecedores. Sérgio Rial renunciou à presidência da empresa.

 

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