Alitália suspende voos de Fortaleza para Roma

Conforme a Setur, a companhia sinalizou que deve voltar a operar normalmente no segundo semestre

Desde o dia 14 de janeiro deste ano operando no Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza, a companhia aérea Alitalia suspendeu, na quinta-feira última (30), a sua programação de voos partindo para Roma, na Itália. De acordo com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), a companhia realizou 78 operações nesses quase cinco meses, entre pousos e decolagens.

Entre 14 de janeiro e 30 de maio deste ano, a companhia aérea realizou 78 operações (entre pousos e decolagens) no aeroporto de Fortaleza FOTO: DIVULGAÇÃO

Os voos da Alitalia aconteciam sempre às segundas e quintas-feiras, no Boeing 777-200, com capacidade para 293 passageiros e dividido em três classes: executiva, plus e econômica. Até ontem, a companhia não havia se pronunciado sobre o fato, que aconteceu às vésperas da Copa das Confederações.

A continuidade da rota Fortaleza-Roma, em caráter definitivo, dependia do bom aproveitamento das frequências semanais para Fortaleza, como divulgou o Diário do Nordeste na edição de 27 de dezembro de 2012.

Na época, após participar de um workshop para a apresentação do novo voo em Roma, o secretário adjunto do Turismo do Ceará, Marcos Pompeu, assegurou que as operações seriam regulares e sem prazo estipulado para acabar. "O voo operará o ano inteiro", disse. Ele ainda informou que um plano de marketing seria elaborado pela Alitalia para aumentar o fluxo de turistas italianos no Ceará.

Pausa prevista

Entretanto, o titular da Secretaria do Turismo (Setur), Bismarck Maia, declara que a suspensão já estava prevista, pois a aeronave da Alitalia vai realizar voos para os Estados Unidos no período em que estiver afastada do Pinto Martins. "Já estava acertado que a empresa iria parar. Isso foi dito ao trade que participou do workshop", justifica.

Conforme o secretário Bismarck Maia, a companhia sinalizou que deve voltar a operar normalmente ainda no segundo semestre deste ano.

Perda

Para o presidente em exercício da Associação Brasileira de Agências de Viagens no Ceará (Abav-CE), Colombo Cialdini, a suspensão das operações da Alitalia representa uma enorme perda para o turismo e para a economia local. "A gente precisa ter em mente que não basta apenas lançar um novo voo. É necessário que Prefeitura e Estado realizem um trabalho promocional no destino. Caso isso não seja feito, os cancelamentos sempre vão acontecer, a exemplo do que ocorreu com a Delta (Estados Unidos), a Iberia (Espanha) e, agora, com a Alitalia", afirma.

Cialdini explica que, geralmente, quando uma companhia decide paralisar as frequências é porque não está conseguindo o "ponto de equilíbrio" entre os voos de partida e chegada. "Os voos da Alitalia poderiam estar saindo lotados de Fortaleza, mas vindo com poucos passageiros de Roma. Quando as empresas não estão tendo o lucro previsto, deixam de operar. Esperamos que isso seja contornado até a Copa do Mundo", acrescenta.

Taxa de ocupação

Com relação à falta de um "ponto de equilíbrio", Bismarck Maia garante que isso não estava acontecendo, considerando a boa taxa de ocupação nos voos de partida e chegada da Alitalia. "Para se ter uma ideia, a classe econômica representava mais de 90% da taxa de ocupação. As outras classes que tinham índices menores, sendo preciso incentivo para atrair uma demanda maior", aponta o secretário.

Ele ressalta que não há como comparar o caso da Alitalia com as companhias Delta e Iberia, pois a suspensão foi previamente comunicada pela empresa. "Vale lembrar que o trabalho do Estado é apenas captar as companhias aéreas internacionais, mas a permanência delas não depende de nós. Continuamos divulgando o Estado no exterior", diz.

Atualmente, segundo a Infraero, são realizadas nove operações internacionais por semana no aeroporto de Fortaleza, sendo seis para Lisboa (TAP), uma para Milão (Air Italy), uma para Cabo Verde (TACV) e outra para Amsterdã (TUI).

RAONE SARAIVA
REPÓRTER