AIE: produção do Brasil sofre para manter nível de 2006

Escrito por Agência Estado ,

A Agência Internacional de Energia (AIE) disse hoje que a produção de petróleo do Brasil, após se aproximar dos 1,8 milhão de barris diários no quarto trimestre de 2006, tem "sofrido para manter tais níveis em boa parte de 2007".

Segundo a agência, paralisações planejadas ou não em unidades de produção existentes, aliadas aos atrasos em novos projetos, reduziram a produção. Por isso, a agência disse que a produção de setembro ficou 50 mil barris diários abaixo de sua previsão, em 1,73 milhão de barris. Dados preliminares de outubro mostram a produção "em marcha lenta" com cerca de 1,75 milhão de barris diários.

"Entretanto, espera-se que um crescimento renovado se materialize após o início das operações em novembro da unidade P-52 no campo de Roncador e da nova embarcação de produção e estocagem no campo Golfinho", disse a AIE. "Juntamente com a recém iniciada instalação P-54 em Roncador, essas unidades, combinadas, poderão gerar um crescimento de 400 mil barris diários na produção em 2008".

Com isso, a entidade prevê que a produção brasileira no segundo semestre de 2008 registrará uma média de 2,1 milhões de barris. "Embora, claramente, uma derrapada desse programa ambicioso de crescimento continua sendo uma possibilidade caso os atrasos de 2007 sejam repetidos", alertou.

Consumo - A AIE elevou em 15 mil barris diários sua estimativa de crescimento do consumo de petróleo do Brasil tanto para 2007 como para 2008. Com isso, a demanda pela commodity no País vai crescer 3,7% este ano, para 2,3 milhões de barris diários, e 2 6% em 2008, para 2,4 milhões de barris diários. Para calcular a previsão do próximo ano, a agência assumiu que o gás natural vai substituir uma parte da demanda por petróleo nas usinas termoelétricas.

Ao justificar a revisão desses números, a AIE disse que ao longo dos últimos meses a divulgação de dados sobre o setor no Brasil tem sido "de certa maneira errática", pois a Agência Nacional do Petróleo (ANP) suspendeu a divulgação dos números relacionados ao consumo desde o início de 2007 devido a problemas técnicos.

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