Rússia: Vladimir Putin completa 20 anos no poder

Longevidade do líder russo ainda está longe do recorde de Fidel

Escrito por AFP ,
Legenda: Putin começou a trajetória como espião do serviço secreto russo
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No poder há 20 anos na Rússia, Vladimir Putin ainda está longe dos marcos de longevidade política estabelecidos por Fidel Castro, Kim Il-sung, ou Teodoro Obiang Nguema.

Este "ranking" exclui as monarquias, as quais, por definição, costumam ser vitalícias. Nesta categoria, Elizabeth II da Inglaterra é, aos 93, a decana absoluta com seus 67 anos de reinado.

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Nomeado primeiro-ministro em 9 de agosto de 1999, Putin foi eleito presidente em 2000. Em 2008, após dois mandatos, cedeu o Kremlin a seu premiê, Dmitri Medvedev, e se pôs à frente do governo. Voltou à presidência em 2012 e foi reeleito, triunfalmente, em 2018.

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Recordes anteriores

Entre os dirigentes que governaram por mais tempo, o recorde é do falecido líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, que assumiu o poder em 1959 e permaneceu no cargo até ceder a presidência ao irmão Raúl 49 anos depois.

Com diversos cargos, o nacionalista chinês Chiang Kai-shek dirigiu, por 47 anos, China e depois Taiwan, onde se refugiou em 1949. Atrás dele, está o fundador e dirigente norte-coreano Kim Il-sung, com 46 anos.

Mais recentemente, Muamar Khadafi governou a Líbia por quase 42 anos, até ser assassinado em outubro de 2011 durante um movimento de protesto que derivou em conflito armado.

Também na África, Omar Bongo Ondimba, que chegou à liderança do Gabão em 1967, faleceu após ter estado mais de 41 anos no poder.

Na Europa, o líder albanês Enver Hodja, falecido em 1985, dirigiu seu país por quatro décadas.

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Decanos que continuam governando

Com 40 anos, como presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema detém o recorde de longevidade política entre os chefes de Estado no poder, à exceção de Elizabeth II.

O camaronês Paul Biya, de 86 anos, 37 deles no poder, foi reeleito em 2018.

Na República Popular do Congo, Denis Sassou Nguesso acumula 35 anos de governo, enquanto o primeiro-ministro Hun Sen é o homem forte do Camboja há 34 anos, seguido do ugandense Yoweri Museveni, com 33.

No Irã, o aiatolá Ali Khamenei também está há mais de 28 anos no cargo de guia supremo da República Islâmica, desde a morte do imã Khomeini, em 1989.

No Chade, Idriss Deby Itno foi reeleito em 2016 para um quinto mandato. Ele governa há 28 anos.

Já Emomali Rahmon, que chegou ao poder no Tadjiquistão em 1992, pouco depois da dissolução da URSS, dirige o país com mão de ferro há quase 27 anos.

Seu homólogo Issayas Afewerki chefia a Eritreia desde sua independência, em 1993, ou seja, há 26 anos.

Empossado em 1994, o presidente bielo-russo Alexander Lukashenko está há 25 anos no poder.

No Djibuti, o presidente Ismail Omar Guelleh governa há duas décadas. Em outubro próximo, o presidente do Gabão, Ali Bongo, completará 20 anos à frente do país.

A seguir, as principais datas na vida de Putin,  ex-oficial da KGB, de 66 anos:

- 7 de outubro de 1952:  Putin nasce no berço de uma família da classe trabalhadora em Leningrado, agora chamada São Petersburgo.

- 25 de julho de 1998: É nomeado chefe do serviço de segurança do FSB, o sucessor da KGB, onde ingressou em 1975.

- 9 de agosto de 1999: Nomeado primeiro-ministro de Boris Yeltsin, ordenou em outubro o lançamento de uma segunda guerra para esmagar os rebeldes na Cechênia.

- 31 de dezembro de 1999: Assume o cargo de presidente quando Yeltsin renuncia, e é oficialmente eleito em março de 2000.

- 14 de março de 2004: É reeleito.

- 7 de maio de 2008: Como exigido pela Constituição, deixa o cargo no final de seu segundo mandato, entregando poder a Dmitry Medvedev. Ele se torna primeiro-ministro.

- 7 de maio de 2012: Retorna como presidente em meio a protestos sem precedentes da oposição.

- 6 de junho de 2013: Após três décadas de casamento, anuncia seu divórcio de Lyudmilla, com quem tem duas filhas.

- 18 de março de 2014: Anexa a península ucraniana da Crimeia, provocando a pior crise diplomática entre a Rússia e o Ocidente desde a Guerra Fria.

- 30 de setembro de 2015: Depois de ter dado apoio militar ao contestado regime do presidente Bashar al-Assad, ganha aprovação parlamentar para os primeiros ataques aéreos da Rússia na Síria.

- 18 de março de 2018: É reeleito presidente para um quarto mandato.

- 20 de julho de 2019: Início dos protestos em massa exigindo eleições justas, após os candidatos da oposição, incluindo aliados do principal crítico de Putin, Alexei Navalny, terem sido impedidos de concorrer no parlamento de Moscou.