Papa conversa por telefone e parabeniza Biden pela vitória

Joe Biden, de 77 anos, é o segundo católico eleito para a Presidência dos Estados Unidos na história e o primeiro depois de John F. Kennedy, em 1960

Escrito por Estadão Conteúdo ,
Legenda: Papa Francisco e Joe Biden em foto de 2015, quando o presidente eleito dos Estados Unidos era vice de Barack Obama
Foto: AFP

O papa Francisco conversou com Joe Biden por telefone nesta quinta-feira, 12, e desejou "bênçãos e parabéns" ao presidente eleito dos Estados Unidos por sua vitória, informou em nota a equipe de transição democrata.

Biden, de 77 anos, é o segundo católico eleito para a Presidência dos Estados Unidos na história e o primeiro depois de John F. Kennedy, em 1960. Ele fala abertamente sobre a importância da fé em sua vida e frequenta as missas na cidade onde vive, Wilmington, Delaware, quase toda semana.

"O presidente eleito agradeceu à Sua Santidade por suas bênçãos e parabéns e destacou seu apreço pela liderança de Sua Santidade na promoção da paz, reconciliação e dos laços comuns da humanidade em todo o mundo", disse o comunicado sobre a ligação divulgado pelo escritório de Biden.

A campanha de Biden afirmou, no texto, que o presidente eleito agradeceu ao pontífice por "estender bênçãos e parabéns e notou seu apreço pela liderança de Francisco na promoção da paz, reconciliação e nos laços comuns da humanidade em todo o mundo".

Biden também disse que gostaria de trabalhar com o papa para promover "uma crença compartilhada na dignidade e na igualdade de toda a humanidade em questões como cuidar dos marginalizados e pobres, enfrentar a crise das mudanças climáticas e acolher e integrar imigrantes".

O presidente eleito tem conversado com vários líderes mundiais, incluindo o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, o presidente francês, Emmanuel Macron, e a chanceler alemã, Angela Merkel.

Este ano, durante a tensa campanha contra o presidente Donald Trump, Biden citou o papa João Paulo II, invocou com frequência suas raízes católicas irlandesas e prometeu "restaurar a alma dos EUA", após quatro anos de profundas divisões.

O presidente eleito costuma levar consigo um terço que pertenceu ao seu filho, Beau Biden, que morreu em 2015.

O próprio papa Francisco teve relações tensas com Trump. No começo de 2019, ele chamou o projeto de Trump de erguer um muro na fronteira com o México de "loucura".

Em fevereiro de 2016, quando Trump tentava obter a indicação do Partido Republicano para a Casa Branca, o papa disse durante uma visita ao México que alguém que pensa em construir muros no lugar de pontes "não é cristão".

Trump respondeu com uma declaração ríspida na ocasião: "É uma vergonha um líder religioso questionar a fé de uma pessoa".

Em 2015, o papa se reuniu com o então vice-presidente estadunidense em Washington, quando discursou no Capitólio em sessão conjunta no Congresso. (Com agências internacionais)