Na Venezuela, 14 já morreram em protestos, aponta ONG

Secretário-geral da ONU pede diálogo e investigação de mortes na Venezuela

Escrito por AFP ,

Caracas viveu mais uma noite violenta na madrugada desta quinta-feira (24). Pneus queimados e bloqueios de manifestantes encapuzados foram vistos em vários pontos da capital da Venezuela.

Segundo dados da ONG Observatório Venezuelano de Conflitividade Social,14 pessoas já morreram desde o início dos protestos, na noite de terça-feira (22), um dia antes da marcha massiva contrária ao ditador Nicolás Maduro e em apoio a Juan Guaidó, que se proclamou presidente interino.

Já a ONG Foro Penal afirmou que 200 pessoas foram presas nas últimas 48 horas.

A intensidade da repressão aumentou no fim da tarde e início da noite de quarta-feira (23), após os discursos de Diosdado Cabello e Maduro.

Investigação 

Um porta-voz do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, pediu por uma investigação independente sobre as mortes ocorridas durante a crise na Venezuela, insistindo para que todas as partes tenham um diálogo pacífico.

“O secretário-geral ressalta a necessidade urgente de todos os atores relevantes se comprometerem com um diálogo político inclusivo e confiável para lidar com a prolongada crise no país”, disse o porta-voz Stephane Dujarric em um comunicado na quinta-feira.

O Ministério Público da Venezuela informou nesta quarta-feira, dia 23, que vai investigar seis mortes ocorridas durante os protestos contra o governo do presidente Nicolás Maduro.

Repercussão internacional

Ontem (23) o Brasil foi um dos primeiros países na América Latina a reconhecer Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela. Em sua conta no Twitter, o presidente Jair Bolsonaro, postou mensagem de apoio a ele, "para que a democracia e a paz social voltem à Venezuela", escreveu.

As eleições são a única saída possível para resolver a crise na Venezuela depois da autoproclamação na quarta-feira do líder da oposição Juan Guaidó como presidente interino, afirmou nesta quinta-feira o ministro das Relações Exteriores espanhol, Josep Borrel. 

O presidente francês Emmanuel Macron elogiou, nesta quinta-feira (24), a "coragem de centenas de milhares de venezuelanos que caminham pela liberdade diante da eleição ilegítima de Nicolás Maduro" e assegurou que a Europa apoia a restauração da democracia na Venezuela.

Nicolas Maduro é o "presidente legítimo" da Venezuela, afirmou nesta quinta-feira o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, que denunciou a "usurpação de poder" pela oposição, referindo-se ao presidente do Parlamento Juan Guaidó, que se proclamou "presidente interino".

Com informações da Reuters e Folha Press