Maior pesquisa sobre cloroquina indica ineficiência contra Covid-19 e aumento do risco de morte

Pacientes que receberam os medicamentos tiveram maior incidência de morte do que aqueles que não os tomaram

Escrito por Redação ,
Legenda: A Organização Mundial da Saúde (OMS) suspendeu os testes que estavam sendo feitos contra a Covid-19
Foto: Shutterstock

Uma pesquisa publicada pela renomada revista científica "The Lancet", com 96 mil pacientes, indica que a hidroxicloroquina e a cloroquina não são eficazes no tratamento de pacientes com a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. O estudo é o maior já feito sobre o medicamento e também mostra que a substância aumenta o risco de morte e piora no quadro cardíado durante a hospitalização.  Os resultados foram divulgados nesta sexta-feira (22).

Os 96.032 pacientes que foram observados na pesquisa estavam internados em 671 hospitais de 6 continentes,  entre os dias 20 de dezembro de 2019 e 14 de abril de 2020. Eles tinham idade média de 53,8 anos. Destes, 46,3% eram mulheres. Do grupo, 14.888 receberam quatro tipos de tratamentos diferentes com a cloroquina e a hidroxicloroquina.

Os cientistas compararam os resultados de 1.868 paciente que receberam apenas cloroquina, outros 3.016 que receberam só hidroxicloroquina, 3.783 que tomaram uma combinação de cloroquina e antibióticos da classe macrólidos, além de  6.221 que receberam hidroxicloroquina e macrólidos. Havia ainda um grupo controle que não usou medicamentos, formado por 81.144 pessoas.

Um entre cada 11 pacientes do grupo controle merreu, ou seja, 7.530 pessoas. Mas todos os quatro tratamentos estudados foram associados a um risco maior de morte no hospital, da seguinte forma:

  • Apenas cloroquina: 307 pacientes 307 (16,4%) morreram
  • Aapenas hidroxicloroquina: 543 pacientes (18%) morreram
  • Cloroquina + antibióticos macrólidos: 839 pacientes (22,2%) morreram 
  • Hidroxicloroquina + antibióticos macrólitos 1.479 pacientes (23,8%) morreram

Fatores que podem influenciar os resultados foram excluídos, como idade, raça, índice de massa corporal e condições associadas (doenças cardíacas, diabetes, e doenças pulmonares) .

Segundo estudo, os pacientes que receberam a medicação também apresentaram maior risco de desenvolver arritmia cardíaca. A taxa mais ampla ocorreu entre pacientes que tiveram tratamento com hidroxicloroquina combinada com os antibióticos: 502 pessoas (8%) de um grupo com 6.221 pessoas. Já o grupo que não recebeu as substâncias (controle) teve um índice de 0,3%.

 

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