EUA tem mais de 2.200 mortos em 24 horas por Covid-19; casos confirmados no país passam de um milhão

A contagem foi realizada pela Universidade Johns Hopkins

Escrito por AFP ,
Legenda: O número total de óbitos pela pandemia nos Estados Unidos é maior que a quantidade de soldados americanos mortos durante duas décadas na guerra do Vietnã
Foto: Foto: Johannes EISELE / AFP

Os Estados Unidos registraram nesta terça-feira (28) 2.207 novas mortes pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, um novo aumento em relação ao dia anterior, segundo contagem da Universidade Johns Hopkins.

Depois de o número diário de mortos por Covid-19 alcançar cifras inferiores a 1.300 no domingo (26) e na segunda (27), os Estados Unidos registraram 2.207 mortes entre as 20h30 locais de segunda e a mesma hora nesta terça.

Este último balanço eleva o número total de óbitos pela pandemia nos Estados Unidos a 58.351, mais que os soldados americanos mortos durante duas décadas na guerra do Vietnã. Durante o conflito, 58.220 soldados americanos morreram entre 1955 e 1975, segundo dados oficiais do Arquivo Nacional. 

Casos passam de um milhão

O país superou a cifra simbólica de um milhão de casos de infecções por Covid-19 nesta terça-feira, cerca de um terço de todos os diagnosticados no mundo, segundo a Universidade Johns Hopkins, o principal centro de referência para esses dados.

Enquanto isso, vários países, incluindo França e Espanha, se preparam para reabrir o comércio, como um próximo passo para a saída progressiva do confinamento imposto pela pandemia.

O vírus, que chegou a todos os cantos do planeta, confronta os países com o duplo desafio de reativar suas combalidas economias e evitar uma nova onda de contágios.

Na Espanha, o primeiro-ministro Pedro Sánchez anunciou que o rígido confinamento em vigor desde 14 de março será gradualmente flexibilizado, em um processo que termina no final de junho. 

"No final de junho, estaríamos como um país nessa nova normalidade, se a evolução da epidemia for controlada em cada um dos territórios", disse Sánchez, que explicou que o desescalada durará entre seis e oito semanas em que se flexibilizarão a saída das pessoas de casa, a abertura de lojas e hotéis e as atividades de lazer. 

Na França, o primeiro-ministro Edouard Philippe anunciou nesta terça-feira a reabertura de todas as lojas, exceto restaurantes e cafés, a partir de 11 de maio, e o uso obrigatório de máscaras nos transportes públicos, em um relaxamento do confinamento imposto desde em 17 de março.

"Teremos que conviver com o vírus", disse Philippe, que afirmou que grandes museus, como o Louvre, cinemas, teatros e salas de concerto permanecerão fechados até novo aviso.

Depois de registrar uma esperançosa diminuição das vítimas diárias pelo COVID-19, Espanha e França, com 23.822 e 23.293 mortes, respectivamente, são o terceiro e quarto país mais atingido no mundo pela pandemia, atrás dos Estados Unidos e da Itália. 

A nova etapa de desconfinamento é possível graças ao fato de que os dois países, que chegaram a ter cerca de mil mortes por dia, registraram uma queda nas mortes: a Espanha registrou 301 novas mortes nesta terça-feira e a França, 437.

Desde que surgiu na China, em dezembro, o coronavírus matou mais de 214.000 pessoas no mundo - 85% delas na Europa e nos Estados Unidos - e contagiou 3.068.330, embora o número real deva ser muito maior, de acordo com um balanço da AFP.

Prudência 

Diferentemente da Itália, que manterá as escolas fechadas até setembro, a França optou por um retorno gradual às salas de aula a partir de 11 de maio e pediu que as pessoas continuem trabalhando de casa sempre que possível.

Na Itália, que registra cerca de 27.000 mortes e onde as indústrias estratégicas retomaram timidamente suas atividades na segunda-feira, a desescalada começará gradualmente a partir de 4 de maio. 

O Reino Unido também planeja relaxar o confinamento, imposto em 23 de março e prolongado até 7 de maio. Nesta terça-feira, registrou 586 novas mortes e atingiu 21.678 no total, às quais se somam as milhares de mortes em casas e asilos. 

A Rússia, por sua vez, planeja suspender progressivamente o confinamento a partir de 12 de maio, embora o presidente Vladimir Putin tenha julgado nesta terça-feira que seu país ainda não atingiu o pico da epidemia. "A situação ainda é difícil", reconheceu.

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