Entenda embargo americano a Cuba, alvo de mudança histórica na diplomacia brasileira

As sanções econômicas acontecem desde 1960, um ano após a Revolução Cubana

Escrito por Folhapress ,
Legenda: Placa mostra produtos racionados em Cuba
Foto: AFP

Pela primeira vez em 27 anos, o Brasil cedeu às pressões dos EUA e votou contra a resolução anual da ONU que condena o embargo econômico americano a Cuba. Apenas Israel e Estados Unidos votaram da mesma maneira que o Brasil.

Entenda o que é o embargo:

Quando começou?
Os EUA impuseram sanções econômicas a Cuba em 1960, cerca de um ano depois de a Revolução Cubana de Fidel Castro ser bem sucedida e ele assumir o poder.
A medida foi uma resposta à estatização de empresas e propriedades americanas. As relações diplomáticas foram rompidas.

Qual o efeito das sanções na economia cubana?
Em 2018, a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe da ONU confirmou a estimativa do regime cubano de que o embargo já tinha custado US$ 130 milhões nos últimos 60 anos.       

Como o embargo afeta da vida dos estadunidenses?
Washington não emite vistos de turismo para a ilha. Qualquer pessoa partindo dos EUA em direção a Cuba deve pedir autorização ao Departamento do Tesouro.
Cartões de crédito e débito emitidos nos EUA raramente são aceitos.

E a dos cubanos?
O turismo é uma das principais atividades econômicas do país, mas o embargo e as restrições de viagem prejudicam o mercado. As sanções também limitam o fluxo de dinheiro de cubanos vivendo no exterior, importante fonte de renda para a população. Há escassez de alguns produtos básicos, incluindo alimentos, e o governo impõe racionamento. Cubanos podem viajar aos EUA desde que obtenham um visto.

Como Obama se aproximou do regime cubano?
O então presidente restabeleceu relações diplomáticas, autorizou empréstimos de empresas americanas às cubanas da área de infraestrutura e permitiu que a ilha exportasse alguns produtos para os EUA.

O que mudou no governo Trump?
No início de junho deste ano, os EUA expandiram as restrições a viagens de americanos à ilha. O governo pôs fim aos vistos de cinco anos para cubanos, que agora têm de pedir uma autorização para cada viagem. Transações financeiras com entidades ligadas às Forças Armadas cubanas foram restringidas.