Unidades de saúde de alta complexidade estão a 126 km dos pacientes no Ceará, diz IBGE

Estudo avalia oferta de internamentos, cirurgias e tratamentos de câncer para avaliação de políticas públicas; Ceará têm a terceira menor marca entre os estados do Nordeste, como registra o estudo

Escrito por Redação ,
Hospitais
Legenda: A taxa de letalidade entre profissionais da saúde no Ceará é de 0,2, segundo o IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Ceará.
Foto: Fabiane de Paula

Com exceção de Fortaleza, a média de deslocamento para acesso a serviços de saúde de alta complexidade no Estado é de 126 km, número inferior ao índice nacional de 155km. Essa metragem diz respeito à distância entre a cidade de origem do paciente e o destino final onde ele recebe o acolhimento. As informações são do estudo decenal "Regiões de Influência das Cidades (Regic) 2018" do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta quinta-feira (25).

São considerados serviços de saúde de alta complexidade os procedimentos especializados de alto custo como internações, cirurgias, ressonâncias magnéticas, tomografias e tratamentos de câncer. O indicador obtido no Ceará é o terceiro menor do Nordeste, atrás apenas de Sergipe (71km) e Alagoas (94 km). Na sequência, estão: Rio Grande do Norte (150 km), Paraíba (158 km), Pernambuco (183 km), Maranhão (200 km), Bahia (213 km) e Piauí (236 km). O IBGE pondera, no entanto, que a distância real pode ser "consideravelmente maior", porque o intervalo entre um município e outro, foi calculado em linha reta.

Segundo o Gerente de Redes e Fluxos Geográficos do IBGE, Bruno Hidalgo, é importante lembrar os 126km “é uma distância calculada apenas com o objetivo de comparação com os demais estados da federação e entre temas, não considerando o traçado nem a qualidade de estradas, portanto a distância real tende a ser maior. Por essa limitação, não foi calculado o tempo de deslocamento”.

O deslocamento populacional para busca de produtos e serviços é uma das etapas do levantamento, que consistiu na aplicação de um questionário com 10 itens. Somente a Capital não participou desta fase, já que devido ao montante populacional e às suas atividades de gestão, “tende muito mais a atrair deslocamentos em busca de bens e serviços do que a enviar parte de sua população para os demais”, justifica o órgão.

Foi observado que a distribuição dos serviços de saúde de alta complexidade tende a ser mais seletiva espacialmente, ou seja, se concentra em cidades ou regiões específicas. Dessa forma, os pacientes de outras regiões precisam percorrer maiores distâncias.

Já em relação aos serviços de saúde de baixa complexidade, conforme Hidalgo, “cidades que já apresentam atração para consultas médicas e procedimentos mais simples podem ser melhor equipadas para atender também às demandas de alta complexidade, reduzindo a pressão da procura sobre os centros já estabelecidos. Um último exemplo é que as redes de deslocamento para saúde podem ser insumos para divisões regionais de planejamento estadual, visando melhor distribuição de recursos e equipamentos”.

Serviços simples
Já os equipamentos de saúde que atendem demandas de baixa e média complexidade estão, em média, a 64 km dos usuários cearenses; no país o valor é de 72 km. Nessa categoria é avaliada a disponibilização de consultas médicas e odontológicas, exames clínicos, serviços ortopédicos e radiológicos, fisioterapia e pequenas cirurgias.

O município de Brejo Santo, localizado a 60 km do agrupamento formado por Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha, foi destaque como um dos principais destinos dos pacientes com necessidades mais simples. As três cidades “apresentaram complementariedade nas respostas para saúde de baixa e média complexidade”, como detalha o estudo, em que Brejo Santo foi o único citado fora do grupo.

 

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