Síndrome infecciosa observada em crianças que tiveram Covid-19 tem tratamento no Ceará

Ministério da Saúde e Sociedade Brasileira de Pediatria alertam possível relação entre Síndrome de Kawasaki e a Covid-19; infectologista Robério Leite alerta para sintomas prolongados

Escrito por Redação ,
Legenda: Vírus causador da Covid-19 pode gerar complicações infecciosas
Foto: Fotos públicas

Em nota publicada no dia 20 de maio, o Ministério da Saúde em parceria com Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) alertam para uma possível relação entre a infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) e a manifestação de síndrome inflamatória multissistêmica em crianças e adolescente. Apesar de ainda não ter sido constatados casos no Brasil, o médico infectologista Robério Leite orienta a observação de pacientes diagnosticados com a doença e garante que há tratamento.  

 

Com sintomas semelhantes da Síndrome de Kawasaki, o tratamento usado para a nova manifestação é o mesmo da já conhecida.  “É importante ficar atento aos sintomas que podem levar à suspeita, já que o tratamento existe e deve ser instituído precocemente combatendo um possível choque com resposta a medicamentos, uso da imunoglobulina intravenosa e também de corticoides”, ressalta.  

A síndrome, já identificada em países da Europa e nos Estados Unidos, tem como principais sintomas a febre acima de 38º, erupções na pele, dor abdominal, conjuntivite não purulenta, vômito, diarreia e edema nas mãos e nos pés, assim como quadros de choque com hipotensão e taquicardia e podem surgir de duas a três semanas depois da infecção. O músculo cardíaco também pode ser afetado. 

“Os pediatras cearenses já dispõem de experiência, mas é importante que os pais e responsáveis acompanhem a evolução da Covid-19 em crianças e adolescentes. Caso a febre, por exemplo, seja persistente e prolongada pode ser indicação da síndrome inflamatória”, explica.  

A síndrome 

De acordo com o pediatra, o SARS-CoV-2 gera preocupação pela capacidade de funcionar como gatilho para o desenvolvimento dessa manifestação. “Ao nosso conhecimento, não houve casos relatados aqui no Brasil com essa associação, mas temos que ficar alertas, pois, à medida que a pandemia avança, aumenta o número de casos e também as chances de complicações pós-infecciosas", explica.  

Dados recentes sobre a Covid-19, registram 1.321 casos em indivíduos com menos de 1 ano até 19 anos no Ceará e 17 óbitos.  

O médico aponta a principal diferença entre a nova manifestação e a já conhecida síndrome de Kawasaki. “Um aspecto importante é a faixa etária em que estão relatados os casos no exterior. Normalmente, a Kawasaki atinge crianças abaixo de quatro anos, os lactentes e os pré-escolares, e, nessa situação específica, tem sido reportado mais casos acima dessa idade e se estendendo até a adolescência”.  

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