Sem poder gerar filhos biológicos, administradora de 43 anos adota gêmeos e realiza sonho
Clarissa Olímpio, seu marido e outras 25 famílias receberam termos de adoção em solenidade realizada nesta sexta-feira (10), no Fórum Clóvis Beviláqua
Com um sorriso no rosto e tentando segurar os filhos que corriam pelo Auditório Agenor Studart, no Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza, a administradora Clarissa Olímpio, de 43 anos, seu marido e outras 25 famílias aguardavam ansiosamente um dos momentos mais importantes de suas vidas: a entrega do termo de adoção. O documento dá permissão para pais adotivos registrarem seus filhos em seus nomes.
Neste domingo (12), Dia das Mães, as famílias vão celebrar a data pela primeira vez com o sentimento de dever cumprido e sabendo que agora terão a validação, perante a justiça, da adoção.
Os documentos foram entregues aos pais e mães na última sexta-feira (10) pela 3ª Vara da Infância e Juventude do Fórum.
Clarissa está realizando um sonho antigo. Após anos de tentativas de fertilização devido a um problema nas suas tubas uterinas e dois anos no Cadastro Nacional de Adoção (CNA) agora ela poderá ser, legalmente, mãe de Daniel e Armando, gêmeos de três anos de idade.
A administradora conheceu os pequenos em maio do ano passado na Casa do Sol Nascente, no Condomínio Espiritual Uirapuru (CEU), antigo lar dos meninos. A partir daí, ela e o marido passaram um período de três meses conhecendo e criando vínculos com os gêmeos.
“Eu digo abertamente que todo amor é realmente construído. No começo eles não olhavam muito pra gente. É um misto de muitos sentimentos. Depois de umas duas semanas eles começaram a aceitar a gente melhor”, relata Clarissa. Próximo ao fim do período dado pela Vara de Infância e Juventude, o amor já era certo.
Foi só questão de tempo até a avaliação dos assistentes sociais e psicólogos da Casa do Sol Nascente ficarem prontos para Clarissa levá-los à Defensoria Pública do Estado do Ceará. No dia 1º de agosto de 2018 a guarda provisória foi liberada e Daniel e Armando, que até então só passavam fins de semana e breves períodos de tempo com o casal, já tinha uma novo, e definitivo, lar para chamarem de seu.
Desfechos
"É como se fosse um desfecho. Hoje é o ‘parto civil’ dos meus filhos"
Última fase do processo, a entrega dos termos de adoção, conferem aos pais adotivos a possibilidade dar entrada em um novo registro de nascimento com o novos nomes. Para Clarissa Olímpio, o momento foi de muita emoção. “A gente sempre teve uma certeza no coração de que tudo ia sair do jeito que deveria e assim foi. Hoje estamos muito felizes. É como se fosse um desfecho. Hoje é o ‘parto civil’ dos meus filhos”, comemora.
A sexta-feira também foi de alegria para Cíntia Cristiane Andrade Valdevino, 40. Ela finalmente recebeu o termo de adoção de seu filho Samuel Andrade Valdevino, 11 anos. A paulista, moradora de Fortaleza há quatro anos, adotou o pequeno ainda recém-nascido, em 2008, mas ainda não havia conseguido formalizar a adoção, que após um ano e meio se concretizou.
“Demorou um pouco pra gente regularizar a nossa situação mas conseguimos e estamos aqui nessa solenidade linda, é muito emocionante. Hoje é realmente um momento de finalizar um ciclo”, afirma.
Solenidade
O momento da entrega dos documentos foi presidido pela diretora do Fórum Clóvis Beviláqua, juíza Ana Cristina Esmeraldo e teve a presença de juízes de varas da infância. Alda Holanda, juíza titular da 3ª Vara da Infância e da Juventude. O momento também contou com depoimentos de pais e mães que já passaram pelo processo todo. Eles relataram seus desafios e interagiram com as outras famílias presentes.