Primeira vez nas urnas: adolescentes eleitores defendem voto consciente nas eleições municipais

No ano com a menor quantidade de votantes na faixa etária de 16 anos dos últimos 30 anos, votantes que vão às urnas pela primeira vez afirmam que escolha deve ser pautada nas propostas oferecidas pelos candidatos

Escrito por Redação ,

Legenda: Ana Samiry, Marina Miranda e Renan Bandeira votaram pela primeira vez em 2020
Foto: Arquivo Pessoal

Desde a Constituição Federal de 1988, jovens maiores de 16 anos passaram a ter o direito de participação nas eleições municipais e gerais. Embora no pleito de 2020 o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contabilize a menor quantidade de votantes com essa faixa etária no intervalo de 30 anos em todo o Brasil, quem optou por ir às urnas neste domingo (15) sabe da relevância social, econômica e política do voto para mitigar os dilemas da sociedade.

Cinco jovens de Fortaleza ouvidos pelo Diário do Nordeste têm em comum não só a primeira experiência como eleitores, mas o compromisso com o voto consciente. Para eles, escolha dos candidatos a vereadores e prefeito deve ser pautada pelas propostas concretas em benefício da cidade e no histórico político.

>Jovens representam 13% do eleitorado de Fortaleza e exigem representatividade nas esferas públicas

"O voto é umas das ferramentas mais importantes da democracia porque é uma forma digna e justa de contribuir para a nossa cidade, elegendo candidatos em que acreditamos ser mais capacitados para atenuar os problemas socioeconômicos", considera a estudante do ensino médio Marina Miranda, de 17 anos, que vota pela primeira vez em uma seção no bairro Aldeota.

Para o estudante Renan Bandeira, 17, não há outra opção democrática para melhorar o cenário brasileiro senão pelo voto. É através dele, atesta, que a população demonstra ao país a necessidade de mudança de questões importantes, como saúde, educação e moradia.

"O voto é muito essencial e acaba sendo a principal forma da gente expressar a nossa vontade de mudanças na sociedade, desde que seja usufruído de uma forma consciente", avalia, lamentando a falta de senso crítico de alguns eleitores na hora da eleição. "Infelizmente, tem pessoas que ignoram propostas e só avaliam o que podem ganhar individualmente com aquilo”.

Critérios

Eduardo Vilas Boas, 18, complementa que para além da obrigação civil de eleger candidatos conscientes do seu papel, os eleitores firmam um compromisso com o país inteiro. “É um dever para todos nós cidadãos, é uma espécie de compromisso com a sociedade, é como se você fosse uma das engrenagens responsáveis pelo que vai acontecer nos próximos quatro anos”, acredita.

Prestes a ingressar no ensino superior, a estudante Ana Beatriz, 19, pondera que o voto não fortalece só o Estado Democrático de Direito, mas também é uma resposta à época em que as mulheres não era livres para exercer o voto. "Para mim, votar é poder ter voz. Nunca me interessei muito por política, mas com os estudos sobre a história do Brasil e o acesso que a tecnologia proporciona, pude ver além de apenas escolher um representante, pude ver que muitas pessoas lutaram por esse direito, principalmente nós mulheres", lembra.

Segundo levantamento do TSE, divulgado ainda no mês de agosto, 1.030.563 jovens de 16 ou 17 anos de todo o Brasil estão habilitados a votar hoje, o que corresponde a 0,7% do eleitorado. Por outro lado, no pleito municipal de 2016, esse número era de 2,3 milhões, isto é, 1,61% do total de votantes.

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