Plano para quadra chuvosa terá limpeza de canais e acompanhamento de áreas de risco em Fortaleza

Conforme o plano de ações, a Prefeitura monitora 161 recursos hídricos da Cidade, em todas as 12 regionais.

Escrito por Redação ,
Legenda: Drenagem de vias deve ser uma das medidas para reduzir transtornos no trânsito nos próximos meses.
Foto: José Leomar

O plano de trabalho preventivo para a quadra chuvosa de 2021, em Fortaleza, incluirá a desobstrução de canais d'água e bueiros e o monitoramento de famílias que vivem em áreas de risco com possibilidade de alagamento. As medidas foram anunciadas na manhã desta segunda-feira (11), após reunião do Comitê da Quadra Chuvosa, que reúne órgãos relacionados ao tema em âmbito municipal e estadual. 

O prefeito de Fortaleza, José Sarto, explica que o objetivo é melhorar a capacidade de resposta do Município durante o período de chuvas, que historicamente se estende de fevereiro a maio. Segundo ele, há um prognóstico de quadra chuvosa “um pouco mais forte do que em 2020”, mas o cenário só deve ser definido com relatório da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), a ser divulgado no próximo dia 19. 

“A chuva aqui em Fortaleza não precisa ser constante, mas uma volumosa já traz alguns prejuízos”, avalia o gestor. Como exemplo, Sarto citou o caso da Avenida Heráclito Graça, no Centro, que costuma alagar todos os anos.

O prefeito afirma que já foram iniciadas ações de limpeza de canais, desentupimento de bueiros e o manejo social de moradores de áreas ribeirinhas para que não retornem para habitações em áreas de risco. 

Saúde

No entanto, o planejamento não engloba apenas infraestrutura. Outro ponto planejado é a preparação de 23 unidades de saúde que ficarão de plantão para atender a casos de arboviroses, como dengue, zika e chikungunya, veiculados pelo mosquito Aedes aegypti, e a leptospirose, comumente transmitida pela urina de roedores. 

Segundo o prefeito, dentre as regiões que preocupam mais no período estão as comunidades do 'Pau Finin', nos arredores da Lagoa do Papicu; no Lagamar, que ano a ano tem casas invadidas pela água que transborda do Rio Cocó; e os bairros cortados pelo Rio Maranguapinho. Neste, o lixo acumulado nas margens é arrastado para o leito quando há chuvas mais fortes.

O secretário da Gestão Regional (Seger), João Pupo, destacou que o trabalho preventivo é realizado desde setembro do ano passado, com a Defesa Civil monitorando 161 pontos naturais. Até o momento, 25% já foram fiscalizados. A meta é chegar ao “auge da quadra” com os canais revisados e desobstruídos. 

“Estamos atentos para o acompanhamento de famílias se chover demais. Temos plano de insumos, cestas básicas, mantos e colchões para, se houver necessidade, socorrer essas pessoas. Também está em curso um plano de infraestrutura que faz drenagem, pavimentação e recuperação em áreas que sempre alagavam, mas pedimos a colaboração da população para não colocar o lixo na rua fora do dia da coleta ordinária”, detalha Renato Lima, secretário de Governo da gestão.

Em 2020, a Capital registrou chuvas acima da média histórica em todos os meses da quadra invernosa, de acordo com o Calendário de Chuvas da Funceme. No período de fevereiro a maio, choveu 1.533,5 milímetros, 47% acima dos 1.043,3 milímetros registrados na média. Até o momento, nos primeiros 11 dias de janeiro de 2021, choveu 15,9 mm. 

Confira o balanço de 2020:

Mês — Normal — Observado — Desvio
Janeiro — 117,1 mm — 173 mm — +47,7%
Fevereiro — 163,2 mm — 339,8 mm — +108,2%
Março — 324,1 mm — 401,3 mm — +23,8%
Abril — 355,2 mm — 523 mm — +47,3%
Maio — 200,8 mm — 269,4 mm — +34,2%

Há dois anos, em 2019, o plano realizou a limpeza de 101 recursos hídricos e 8.232 bocas de lobo, com o recolhimento de 20.235 toneladas de resíduos. Também foram removidas 346 árvores, além da poda de outras 13.673. Quanto à drenagem de vias, a Prefeitura informou a requalificação de 1.700 vias.

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.