Plano orienta que Frotinhas, Gonzaguinhas e UPAs atendam pacientes com suspeita do novo coronavírus

Documento foi apresentado ao Ministério Público do Ceará e possui várias estratégias para monitoramento da doença na Capital e pode ser atualizado, conforme as mudanças no cenário de contágio pelo vírus

Escrito por Redação , metro@svm.com.br

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Fortaleza elaborou um Plano de Contingência para o enfrentamento do novo corona vírus. O documento, apresentado ao Ministério Público do Ceará (MPCE), informa que 8 hospitais e 6 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) municipais estão fazendo o atendimento inicial de casos suspeitos de Covid-19. Mas, as coletas para verificar a infecção pelo vírus continuam sendo feitas apenas no Hospital São José. A criação do plano ocorreu após solicitação do próprio MPCE. Não há caso confirmado da doença no Ceará. .

Segundo o documento apresentado ao Ministério Público, as unidades hospitalares responsáveis pelos atendimentos iniciais aos pacientes com suspeita do novo corona vírus são: Hospital Nossa Senhora da Conceição, Hospital Infantil de Fortaleza, Hospital Distrital Edmilson Barros de Oliveira (Frotinha de Messejana), Hospital Distrital Maria José Barroso de Oliveira (Frotinha da Parangaba), Hospital Distrital Evandro Ayres de Moura (Frotinha do Antônio Bezerra), Hospital Distrital Gonzaga Mota Messejana, Hospital Distrital Gonzaga Mota José Walter e Hospital Distrital Gonzaga Mota da Barra do Ceará.

Além disso, seis Unidades de Pronto Atendimento nos bairros Vila Velha, Cristo Redentor, Itaperi, Bom Jardim, Edson Queiroz e Jangurussu irão receber os pacientes para atendimento inicial.  As internações e casos de alta complexidade serão encaminhados aos hospitais referenciados pela Secretaria da Saúde (Sesa). Até o momento o Hospital São José é a unidade de referência.

A titular da SMS, Joana Maciel, destaca que "estamos na fase de vigilância com relação a casos suspeitos. Todas as nossas unidades estão capacitadas, aquelas chamadas de portas abertas, como alguns hospitais e UPAs. E, no caso de haver suspeita, a gente precisa confirmar". A secretária esclarece que, embora todos esses equipamentos mencionados estejam recebendo os casos suspeitos, a coleta do exame é feita, até o momento, somente no Hospital São José. 

Além disso, ressalta a secretária, nessa época do ano, há muitos vírus respiratórios circulando independentemente  de serem ou não o coronavírus.

"Por isso, é importante que a gente trabalhe o que a gente chama de 'etiqueta respiratória'. Higienize bem as mãos, ao espirrar proteja o nariz e a boca com o braço e não com a mão, se tiver com os sintomas respiratórios evite locais de muita movimentação e se estiver doente, evite contato com pessoas idosas", reforça ela. 

Conforme a promotora de Justiça, Ana Cláudia Carneiro, deve ser realizada uma nova reunião, nesta semana, com a presença da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) e Sociedade Cearense de Infectologia para tratar do assunto. “Vamos discutir a implementação do plano e expedir recomendações, caso necessário. O Ministério Público está acompanhando e continuará fazendo esse acompanhamento”, acrescenta.

No Plano Municipal de Contingência para Enfrentamento da Infecção Humana pelo Novo Coronavírus são considerados três cenários para a classificação de risco na cidade:

  • Cenário de Alerta: contexto epidemiológico em que há o risco de introdução dos novo coronavírus em Fortaleza, mas ainda não há registro de casos suspeitos.
  • Perigo Iminente: notificações de pacientes com suspeita de infecção pelo novo coronavírus no município.
  • Emergência em Saúde Pública: confirmação de transmissão do coronavírus no município de Fortaleza ou reconhecimento de declaração de emergência pelo Estado.

Ainda conforme o plano, em casos de demandas consideradas “espontâneas”, a orientação é encaminhar os pacientes para a Sala de Preparo, onde devem ser verificados os sintomas de risco. Se houver registro de febre e dificuldades respiratórias, como tosse e dor de garganta, devem ser checados os sinais vitais e realizado o encaminhamento para a sala de “Acolhimento do Classificação de Risco”. Nessa situação, é necessário levar o paciente com máscara cirúrgica.

Nesta sala de acolhimento, a classificação do paciente observa três cenários principais: se o indivíduo foi a algum país nos últimos 14 dias com transmissão da doença; se houve contato próximo com suspeito ou confirmado nos últimos 14 dias. Além disso, também pode ser considerado como caso suspeito a pessoa que tenha tido contato com paciente com o novo coronavírus em atendimento domiciliar.

Se o paciente for classificado como suspeito, indica o plano de contingência, deverá ser encaminhado imediatamente para consulta médica com máscara, mãos higienizadas e permanecer em área separada até o atendimento. Se for descartado, o paciente deve seguir no fluxo normal da unidade hospitalar.

Os casos de pacientes com maior gravidade, que necessitem de transferência e internações, serão regidos pela Central de Regulação do Município de Fortaleza. Já os pacientes identificados com perfil para isolamento domiciliar serão acompanhados pela equipe do Melhor em Casa.

A assessoria de comunicação da SMS informou que o Plano de Contingência já está válido e são realizadas ações de implementações como treinamento, organização de medicamentos e de materiais necessários no documento.

Orientações

De acordo com o plano, as equipes de vigilância em saúde devem realizar a identificação de pessoas que tenham tido contato com casos suspeitos ou confirmados, auxiliar e participar de buscas ativas destes pacientes. 

Essas equipes serão responsáveis por dar orientação e encaminhar às unidades de saúde. As atividades devem ser realizadas em conjunto com as equipes multidisciplinares de atenção domiciliar.

Os Planos de Contingência, tanto do Estado como do Município, foram solicitados pelo MPCE. “Inicialmente, demos o prazo de 10 dias, e dentro desse prazo, eles não apresentaram, mas disseram que estavam elaborando. Depois, foi dado um prazo de cinco dias e daí o Município apresentou dentro desse último prazo que foi dado”, explica a promotora de Justiça, Ana Cláudia Carneiro.

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