Moradores temem acidentes e alagamentos após aplicação de asfalto na Cidade 2000

Em dez ruas do bairro, consideradas alamedas, veículos trafegam mais rápido e há queixas de falta de escoamento da água.

Escrito por Redação ,
Foto: Foto: Natinho Rodrigues

As tradicionais alamedas, com predominância de árvores e espaços de convivência, aos poucos perdem espaço nas grandes cidades, a exemplo de Fortaleza. No bairro Cidade 2000, moradores reclamam da aplicação de asfalto em dez ruas da região, na última sexta-feira (23), que teria aumentado os riscos de acidentes de trânsito e de alagamentos.

“Se tivessem pedido a nossa opinião, não teria passado. Quando vier a chuva, será que não vai alagar?”, argumenta Alda Costa, 75, sobre a colocação do asfalto. Ela mora na região há 43 e reclama dos perigos para crianças e idosos que transitam por calçadas estreitas, com o aumento da velocidade dos veículos. “Não se escuta nem o barulho e os carros já estão em cima”, ressalta.

Conhecida como Dona Lina, 77, a pensionista vive há duas décadas na Alameda das Angélicas e reclama da forma como o serviço está sendo feito. “Isso aqui esquenta muito. Antes, tinha a problemática da poeira. Agora, a poeira é pegajosa”, conta, ao tentar explicar resquícios de material asfáltico que entra na casa dela.

Contrastes

O assunto já motivou uma mobilização popular, como conta a manicure Zilmar Pinho, 65, que há cerca de quatro anos organizou um abaixo-assinado contra a implantação de asfalto. Ela mora na Alameda das Begônias e avalia que a mudança descaracteriza o local. “É de baixa qualidade (o asfalto). Ninguém tem mais calçada porque foram tomando o espaço”, acrescenta.

A reclamação da moradora é confirmada nas ruas do bairro, onde é possível encontrar calçadas estreitas. Alguns pedestres optam por andar na própria via, arriscando-se entre os veículos. Entretanto, alguns entendem as mudanças no bairro como uma forma de melhorar a mobilidade no local, principalmente para quem possue limitações físicas.

“Eu tenho neto com deficiência e fica melhor para ele andar e, também, para os cadeirantes”, destaca a aposentada Júlia Batista. Aos 72 anos, ela conta que, com o asfalto, se diminui a possibilidade de tropeçar nas pedras, por exemplo.

Sobre as reclamações, a reportagem procurou a Secretaria de Conservação e Serviços Públicos (SCSP), da Prefeitura de Fortaleza, que ainda não se manifestou sobre a possibilidade de instalação de redutores de velocidade e recursos para a vazão da água, a fim de evitar alagamentos.

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