Moradores do entorno de fábrica que teve explosão reivindicam que o lugar pare de funcionar

Moradores do bairro Vila União, em Fortaleza, mais precisamente do entorno da fábrica da empresa Mais Sabor Refrigerantes, se reuniram hoje (24), durante a tarde, em frente a fábrica para reivindicar que o local pare de funcionar. O local tinha sido interditado pelo Corpo de Bombeiros do Ceará, mas hoje os responsáveis alegaram ter autorização para retomar as atividades. Os moradores alegam que a continuidade das atividades na fábrica, pode causar danos sérios da população. 

Na sexta-feira (17), uma explosão foi registrada na fábrica, por volta das 2h30. Na explosão um cilindro de CO2 foi arremessado da empresa por mais de um quarteirão de distância, atingindo uma fábrica de confecções na outra rua. Além de ter causado danos físicos a uma pessoa que trabalha no local e foi encaminhada para o Instituto Doutor José Frota (IJF). 

“Há uma semana houve uma explosão, houve vários danos materiais a residências. Teve aqui um bloco de apartamentos que foi atingido até o oitavo andar. E agora uma semana depois eles instalaram um novo cilindro, maior que o anterior, e isso coloca em risco os moradores da região”, relata Letícia Matos, pedagoga, e presente no ato dos moradores. 

A moradora também conta que até hoje sofrem com o pânico do dia do ocorrido, quando o asfalto do quarteirão sofreu rachaduras, causando danos em casas. “Nós estamos reivindicando a nossa segurança. Não queremos que a fábrica volte a funcionar. Como a gente vai conseguir ter paz com um cilindro maior que o anterior?”, aponta a moradora. 

Já outra residente do entorno da fábrica, dona Maria de Fátima, frisa que a Mais Sabor Refrigerante deveria ser transferida para local de indústrias, e não está instalando um cilindro para permanecer em um local residencial. 

Empresa  

O advogado da empresa, Rafael Campelo, relata que a fábrica firmou na última terça-feira (21), um termo de “ajuste de conduta”, junto ao Corpo de Bombeiros do Ceará, assim tendo autorização para continuar as operações pelos próximos dias. “O Corpo de Bombeiro nos deu uma autorização para funcionar a fábrica durante 15 dias, desde que a fábrica cumpra todas as exigências legais”, pontua. “E todas essas exigências, feitas pelo Corpo de Bombeiros, a fábrica já tomou essas medidas”, completa. 

De acordo com o advogado, daqui a 15 dias a fábrica passará por uma vistoria do Corpo de Bombeiros, para constatar se o local está operando de acordo com o termo firmado. “Se nós não cumprimos esse prazo, dentro de 15 dias, a empresa terá que cessar as atividades. Então estamos correndo contra o tempo para nos adequar”, conclui o advogado.