Monte Castelo quer ser visto
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Redação
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Comunidade comemora 65 anos de fundação do bairro, que em vocação para comércio e moradia
Tudo começou como João Lopes, ao redor do açude homônimo. As águas abasteciam a comunidade que se formou em suas margens. Anos depois, em 1945, a área ganhou um outro nome: Monte Castelo. Fundado pelo então prefeito, Raimundo Alencar Araripe, em 16 de junho de 1945, o bairro recebeu esse nome em homenagem à vitória dos brasileiros na Batalha de Monte Castello, na Itália, durante a Segunda Grande Guerra Mundial.
Hoje, o bairro mistura áreas residenciais, com praças e ruas tranquilas; e áreas de intensa atividade comercial, como a Avenida Sargento Hermínio. A aposentada Letícia Ferraz se lembra de quando chegou aqui, na década de 1960. "Era uma área de mato fechado. Minha casa foi uma das primeiras a serem construídas por aqui. Parecia uma cidadezinha do interior", disse.
Perto da casa de Dona Letícia, a Praça Coronel João Pontes, mais conhecida como Praça Redonda, é um lugar muito frequentado pelos moradores. Lá, acontecem diversos eventos e é onde muitos fazem caminhada.
Quadrilha
É lá que Francisco de Assis Pires, mais conhecido como Kiko, realiza o festival de quadrilha do bairro, o pré-carnaval e as comemorações de aniversário de fundação do Monte Castelo. Tendo como profissão oficial a de pintor, o que ele mais gosta mesmo de fazer é organizar essas festas. "Com a ajuda de moradores e comerciantes", acrescentou. Nos dias 17 a 19 de junho, o 13º Festival do Arraiá do Cumpade Kiko será realizado na praça, com a participação de 24 quadrilhas da Capital e do Interior.
O pintor tem também outras lembranças do bairro, como um lixão que existia no local, na década de 1950. O lixão era chamado João Lopes e foi o primeiro da Capital até 1960. "Depois disso, o local já foi supermercado, empresa de ônibus e, agora, está sendo construído um condomínio residencial", disse. Dona Letícia também se lembra das lavadeiras do bairro, que eram famosas até em outros locais da cidade. "Elas lavavam as roupas no açude e as estendiam na rua".
É na Rua Padre Anchieta, número 400, que fica o principal destino dos católicos do Monte Castelo: a Paróquia Senhor do Bonfim, que tem 53 anos de existência. Os moradores também se orgulham da Capela Mãe Rainha, que foi construída pela própria comunidade.
Outro local muito conhecido é a sucata do "Seu" Chico Alves, na Avenida Sargento Hermínio, ao lado do trilho do trem. Considerada a maior sucata do Estado, peças de carros, motos e materiais de construção não faltam por lá. A fama do dono, Francisco Alves de Oliveira, traz gente até de outros estados para procurar peças no local. Muitos vão só por curiosidade.
Benefícios
"Gosto de coisas antigas. É um dom. Quando eu comecei, na década de 1970, nem tinha sucata em Fortaleza". Segundo ele, o bairro onde mora há 40 anos é um bom local para se viver. "É quase Centro, é comercial e residencial. Tem tudo por perto, inclusive o Mercado São Sebastião. Além disso, o povo é gente boa, amiga. Meus vizinhos são pessoas de bem", ressaltou o popular sucateiro.
CONTRAPONTOS
Bom
As avenidas e ruas com intensa atividade comercial, com supermercados e diversos outros tipos de estabelecimentos, são algumas das vantagens apontadas pelos moradores. Há, também, uma grande área residencial, com praças arborizadas
Mau
Equipamentos, como o Polo de Lazer da Sargento Hermínio e o açude João Lopes, precisam de mais atenção do poder público. Moradores reclamam que as obras de revitalização e reurbanização já estão com calendário bastante atrasado
MAIS INFORMAÇÕES:
Caso você queira ver o seu bairro neste espaço, entre em contato pelo número (85) 3261.5050 ou e-mail aloredacao@diariodonordeste.com.br
Fique por dentro
Curiosidade
A HISTÓRIA começa na década de 1940. O nome que deu origem ao bairro, fundado em 1945, relembra um marco importante da história da Força Expedicionária Brasileira (FEB) durante a Segunda Grande Guerra Mundial (1939-1945). A Batalha de Monte Castello foi travada no fim da guerra, entre as tropas aliadas (entre elas, a brasileira) e as forças do Exército alemão, no norte da Itália. A vitória das forças aliadas chegou no dia 21 de fevereiro de 1945, depois de três meses de batalha. A Força Expedicionária Brasileira teve importante papel na resolução desse conflito. A Avenida Sargento Hermínio Sampaio também leva esse nome em homenagem ao militar Hermínio Aurélio Sampaio, que morreu em confronto da Batalha de Monte Castello, em 12 de dezembro de 1944
ENQUETE
Meu bairro é bom?
Francisco Assis Pires
51 ANOS
Pintor
Moro aqui desde que nasci, há 51 anos. Tomava banho e pescava no açude. Ainda é um bairro muito bom para se morar
Letícia Ferraz
64 ANOS
Aposentada
Quando eu cheguei, o bairro parecia uma cidadezinha do interior. Hoje, tem tudo que a gente precisa
Jair Narcélio David
46 ANOS
Taxista
O polo de lazer está abandonado. Não tem diversão aqui. O espaço devia ser mais bem aproveitado
SITUAÇÃO DE ABANDONO
Açude que deu origem ao local vira esgoto
A situação do açude João Lopes é o que mais preocupa os moradores do bairro. Um verdadeiro esgoto a céu aberto, o açude nada lembra o local onde Kiko, do festival de quadrilha, brincava quando criança. "Lembro-me quando tomava banho e pescava no açude", conta. Segundo um dos diretores da Associação dos Bairros Vila Ellery e Monte Castelo, Aguinaldo Aguiar, o açude aguarda a transferência de famílias das margens para sua reurbanização.
Aguiar explica que a obra é necessária pois já aconteceram muitos alagamentos no local. "O açude era bem maior do que é hoje. Como ele foi diminuindo com as secas que vieram, as pessoas foram ocupando irregularmente as margens".
Segundo a assessoria da Fundação de Desenvolvimento Habitacional de Fortaleza (Habitafor), a reurbanização do açude será iniciada após a conclusão da primeira fase do projeto, que é a remoção das famílias para outro local.
Um conjunto habitacional está sendo construído num terreno próximo, para onde 55 famílias serão transferidas. A assessoria afirmou, ainda, que, no local, serão realizados serviços de urbanização das margens, instalação de equipamentos comunitários e recuperação ambiental das águas do açude. Outra preocupação dos moradores é o Polo de Lazer da Sargento Hermínio. O que deveria ser o principal local de lazer do bairro ganhou ares de abandono do poder público.
Uma obra de revitalização do local foi iniciada em 2008 e, de lá para cá, já foi paralisada duas vezes. A última foi em dezembro do ano passado. O anfiteatro; as pistas de bicicross e skate; e o campo de futebol estão em péssimas condições de uso. Apenas uma feira, realizada aos domingos, anima o lugar. Segundo o chefe do Distrito de Infraestrutura da Secretaria Executiva Regional (SER) I, Luís Arruda, a construtora que realizava as obras desistiu do empreendimento e uma nova empresa será contratada, o que está em processo de licitação.
Segundo ele, os equipamentos existentes serão recuperados, construído um playground e realizada a substituição dos alambrados do campo. No entanto, não há prazo para o reinício das obras.
FERNANDA DE OLIVEIRA
ESPECIAL PARA CIDADE
Tudo começou como João Lopes, ao redor do açude homônimo. As águas abasteciam a comunidade que se formou em suas margens. Anos depois, em 1945, a área ganhou um outro nome: Monte Castelo. Fundado pelo então prefeito, Raimundo Alencar Araripe, em 16 de junho de 1945, o bairro recebeu esse nome em homenagem à vitória dos brasileiros na Batalha de Monte Castello, na Itália, durante a Segunda Grande Guerra Mundial.
Hoje, o bairro mistura áreas residenciais, com praças e ruas tranquilas; e áreas de intensa atividade comercial, como a Avenida Sargento Hermínio. A aposentada Letícia Ferraz se lembra de quando chegou aqui, na década de 1960. "Era uma área de mato fechado. Minha casa foi uma das primeiras a serem construídas por aqui. Parecia uma cidadezinha do interior", disse.
Perto da casa de Dona Letícia, a Praça Coronel João Pontes, mais conhecida como Praça Redonda, é um lugar muito frequentado pelos moradores. Lá, acontecem diversos eventos e é onde muitos fazem caminhada.
Quadrilha
É lá que Francisco de Assis Pires, mais conhecido como Kiko, realiza o festival de quadrilha do bairro, o pré-carnaval e as comemorações de aniversário de fundação do Monte Castelo. Tendo como profissão oficial a de pintor, o que ele mais gosta mesmo de fazer é organizar essas festas. "Com a ajuda de moradores e comerciantes", acrescentou. Nos dias 17 a 19 de junho, o 13º Festival do Arraiá do Cumpade Kiko será realizado na praça, com a participação de 24 quadrilhas da Capital e do Interior.
O pintor tem também outras lembranças do bairro, como um lixão que existia no local, na década de 1950. O lixão era chamado João Lopes e foi o primeiro da Capital até 1960. "Depois disso, o local já foi supermercado, empresa de ônibus e, agora, está sendo construído um condomínio residencial", disse. Dona Letícia também se lembra das lavadeiras do bairro, que eram famosas até em outros locais da cidade. "Elas lavavam as roupas no açude e as estendiam na rua".
É na Rua Padre Anchieta, número 400, que fica o principal destino dos católicos do Monte Castelo: a Paróquia Senhor do Bonfim, que tem 53 anos de existência. Os moradores também se orgulham da Capela Mãe Rainha, que foi construída pela própria comunidade.
Outro local muito conhecido é a sucata do "Seu" Chico Alves, na Avenida Sargento Hermínio, ao lado do trilho do trem. Considerada a maior sucata do Estado, peças de carros, motos e materiais de construção não faltam por lá. A fama do dono, Francisco Alves de Oliveira, traz gente até de outros estados para procurar peças no local. Muitos vão só por curiosidade.
Benefícios
"Gosto de coisas antigas. É um dom. Quando eu comecei, na década de 1970, nem tinha sucata em Fortaleza". Segundo ele, o bairro onde mora há 40 anos é um bom local para se viver. "É quase Centro, é comercial e residencial. Tem tudo por perto, inclusive o Mercado São Sebastião. Além disso, o povo é gente boa, amiga. Meus vizinhos são pessoas de bem", ressaltou o popular sucateiro.
CONTRAPONTOS
Bom
As avenidas e ruas com intensa atividade comercial, com supermercados e diversos outros tipos de estabelecimentos, são algumas das vantagens apontadas pelos moradores. Há, também, uma grande área residencial, com praças arborizadas
Mau
Equipamentos, como o Polo de Lazer da Sargento Hermínio e o açude João Lopes, precisam de mais atenção do poder público. Moradores reclamam que as obras de revitalização e reurbanização já estão com calendário bastante atrasado
MAIS INFORMAÇÕES:
Caso você queira ver o seu bairro neste espaço, entre em contato pelo número (85) 3261.5050 ou e-mail aloredacao@diariodonordeste.com.br
Fique por dentro
Curiosidade
A HISTÓRIA começa na década de 1940. O nome que deu origem ao bairro, fundado em 1945, relembra um marco importante da história da Força Expedicionária Brasileira (FEB) durante a Segunda Grande Guerra Mundial (1939-1945). A Batalha de Monte Castello foi travada no fim da guerra, entre as tropas aliadas (entre elas, a brasileira) e as forças do Exército alemão, no norte da Itália. A vitória das forças aliadas chegou no dia 21 de fevereiro de 1945, depois de três meses de batalha. A Força Expedicionária Brasileira teve importante papel na resolução desse conflito. A Avenida Sargento Hermínio Sampaio também leva esse nome em homenagem ao militar Hermínio Aurélio Sampaio, que morreu em confronto da Batalha de Monte Castello, em 12 de dezembro de 1944
ENQUETE
Meu bairro é bom?
Francisco Assis Pires
51 ANOS
Pintor
Moro aqui desde que nasci, há 51 anos. Tomava banho e pescava no açude. Ainda é um bairro muito bom para se morar
Letícia Ferraz
64 ANOS
Aposentada
Quando eu cheguei, o bairro parecia uma cidadezinha do interior. Hoje, tem tudo que a gente precisa
Jair Narcélio David
46 ANOS
Taxista
O polo de lazer está abandonado. Não tem diversão aqui. O espaço devia ser mais bem aproveitado
SITUAÇÃO DE ABANDONO
Açude que deu origem ao local vira esgoto
A situação do açude João Lopes é o que mais preocupa os moradores do bairro. Um verdadeiro esgoto a céu aberto, o açude nada lembra o local onde Kiko, do festival de quadrilha, brincava quando criança. "Lembro-me quando tomava banho e pescava no açude", conta. Segundo um dos diretores da Associação dos Bairros Vila Ellery e Monte Castelo, Aguinaldo Aguiar, o açude aguarda a transferência de famílias das margens para sua reurbanização.
Aguiar explica que a obra é necessária pois já aconteceram muitos alagamentos no local. "O açude era bem maior do que é hoje. Como ele foi diminuindo com as secas que vieram, as pessoas foram ocupando irregularmente as margens".
Segundo a assessoria da Fundação de Desenvolvimento Habitacional de Fortaleza (Habitafor), a reurbanização do açude será iniciada após a conclusão da primeira fase do projeto, que é a remoção das famílias para outro local.
Um conjunto habitacional está sendo construído num terreno próximo, para onde 55 famílias serão transferidas. A assessoria afirmou, ainda, que, no local, serão realizados serviços de urbanização das margens, instalação de equipamentos comunitários e recuperação ambiental das águas do açude. Outra preocupação dos moradores é o Polo de Lazer da Sargento Hermínio. O que deveria ser o principal local de lazer do bairro ganhou ares de abandono do poder público.
Uma obra de revitalização do local foi iniciada em 2008 e, de lá para cá, já foi paralisada duas vezes. A última foi em dezembro do ano passado. O anfiteatro; as pistas de bicicross e skate; e o campo de futebol estão em péssimas condições de uso. Apenas uma feira, realizada aos domingos, anima o lugar. Segundo o chefe do Distrito de Infraestrutura da Secretaria Executiva Regional (SER) I, Luís Arruda, a construtora que realizava as obras desistiu do empreendimento e uma nova empresa será contratada, o que está em processo de licitação.
Segundo ele, os equipamentos existentes serão recuperados, construído um playground e realizada a substituição dos alambrados do campo. No entanto, não há prazo para o reinício das obras.
FERNANDA DE OLIVEIRA
ESPECIAL PARA CIDADE