Mapa reúne projetos sociais para organizar doações na pandemia

Universitários mapearam movimentos sociais voltados a pessoas de baixa renda ou em situação de rua na Capital, incluindo telefones e contas

Escrito por Redação , metro@svm.com.br
Legenda: Doações de cestas básicas estão entre as ações mapeadas no projeto, que visa ampliar colaboração
Foto: Foto: Natinho Rodrigues

Os desafios para a construção de uma cidade digna a todos os moradores se evidenciaram com os impactos da pandemia de Covid-19, sobretudo em áreas vulneráveis de Fortaleza. A percepção mobilizou estudantes do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Ceará (UFC), que criaram um mapa colaborativo para listar os projetos sociais voltados às comunidades mais afetadas e facilitar a busca por doações.

Denominada Solidariedade, Mapeamento e Resistência (Somar), a iniciativa lista telefones e dados bancários para quem deseja contribuir. Já estão identificados 30 pontos da cidade onde são distribuídos alimentos e materiais de higiene para a população de baixa renda ou em situação de rua, e outros locais podem ser inscritos no site - que também dispõe de informações sobre Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) e assentamentos precários de Fortaleza. 

Mateus Soares, 23, integra o grupo mobilizado na construção da ferramenta e na produção de conteúdos para publicações durante o período de isolamento social - "estar na universidade pública, vir da periferia e ter a noção e o sentimento de devolver esse investimento em mim para a sociedade" estão entre os fatores que motivam o estudante. A equipe é formada por 18 alunos e dois professores tutores.

Mobilização

Com a suspensão das aulas presenciais na UFC, desde o dia 17 de março, o grupo buscou alternativas para contribuir com as ações durante a pandemia, como pontua o professor Daniel Carvalho, tutor do projeto. "Essa primeira ação vem no sentido de tentar dar mais visibilidade às iniciativas de solidariedade e para que as pessoas tenham mais segurança ao saber qual o destino das doações e escolher que comunidade ajudar".

Também será desenvolvida uma pesquisa, a longo prazo, para acompanhar o avanço da covid-19 e a relação com a estrutura dos bairros mais afetados pela doença. "Seria interessante termos a leitura dentro da nossa cidade, entendermos como essa doença vai se comportar. Para que, no futuro, a gente faça uma correlação entre a falta de estrutura básica urbana e de saúde", detalha Mateus.

Uma das iniciativas cadastradas no Somar possui apoio de uma associação no bairro Vila Velha e coordenação do representante da Central de Movimentos Populares, Thiago Celestino, 32. "Nós sabemos que os moradores da periferia são mais vulneráveis, muitos estão desempregados ou não têm condições de ficar em isolamento social de forma digna. Tanto que estão na rua, seja atrás de ganhar algum sustento, ou porque não têm condições mínimas para ficar dentro de casa", relata.

No último sábado (25), foram distribuídas 120 cestas básicas em 16 bairros de Fortaleza e quatro locais de Caucaia, na Região Metropolitana.

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