Manchas de óleo ainda são vistas na Praia da Sabiaguaba, nesta sexta-feira (27)

O Ceará estaria livre da mancha, segundo o relatório parcial da Semace. O boletim de balneabilidade aponta 22 praias próprias para banho dos 31 trechos monitorados na orla de Fortaleza

Escrito por Redação ,
Legenda: Mancha preta foi vista nesta sexta-feira, 27, na Praia da Sabiaguaba.
Foto: Foto: Almir Gadelha

As manchas de óleo encontradas em grande parte do litoral nordestino ainda são vistas nas praias do Ceará, como na da Sabiaguaba, em Fortaleza registrada nesta sexta-feira, 27. A ocorrência contraria o relatório parcial da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), em que o estado já poderia se considerar livre dessa substância.  

O relatório divulgado é resultado de uma varredura técnica de cinco horas. A Superintendência observou a área desde Camocim, no litoral oeste, até Icapuí, no extremo leste do estado, numa faixa de mar distante entre oito e 12 quilômetros da costa.

Além disso, o boletim de balneabilidade divulgado nesta sexta-feira pelo mesmo órgão aponta que a orla de Fortaleza tem 22 praias próprias para banho, dos 31 trechos monitorados

Substância 

As manchas escuras de óleo encontradas em vários pontos do litoral nordestino desde o início de setembro são consideradas tóxicas, de acordo com Rafael Moraes, analista ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). “Trata-se de petróleo bruto, uma mistura de hidrocarbonetos. Sabemos do que se trata, mas não sobre de onde esse material veio. Ainda estamos em investigação”, explica.

A Petrobrás informou, em nota, que analisou as amostras de óleo encontradas ao longo das últimas duas semanas em praias nos estados de Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte e verificaram que o material encontrado não é produzido e nem comercializado pela companhia. Além disso, ressaltaram que estão contribuindo com a limpeza das praias atingidas nos últimos dias. O trabalho é realizado sob coordenação do Ibama, pelas equipes do Centro de Defesa Ambiental da Petrobras.

De acordo com o analista, o material deve ser evitado. “Qualquer tipo de contato com esse petróleo, tanto humano quanto animal, é danoso”, explica. Entre os efeitos dessas manchas está a morte de animais marinhos, além de prejuízos, como a interferência na desova de tartarugas.   

Mutirão 

A partir das 8 horas deste sábado, 28, a Semace realiza um mutirão de limpeza na praia da Cofeco, em Fortaleza. A ação deve se estender pelo fim de semana em mais sete praias para remoção do material considerado danoso ao ambiente. Os pontos principais para limpeza foram indicados por três equipes da Semace que percorreram todo o litoral do estado, para avaliar a extensão e gravidade dos efeitos do óleo.

Serão limpas as praias Cofeco, em Fortaleza; Porto das Dunas, em Aquiraz; Tabubinha, em Beberibe; Pontal de Maceió, em Fortim e Canoa Quebrada, em Aracati, no litoral leste. Além das praias da Taíba, em Paraipaba e Baleia, em Itapipoca, no litoral oeste.

Balneabilidade

Pela análise da Semace, as zona leste e centro são as áreas com maior número de praias próprias para banho neste fim de semana. O resultado é baseada em análise de amostras colhidas nos locais. As duas zonas concentram as praias mais frequentadas da Capital: Praia do Futuro, Mucuripe, Meireles e Praia de Iracema.

O órgão avisa, entretanto, que mesmo as praias consideradas próprias na análise semanal, divulgada nesta sexta-feira (27), devem ser evitadas caso haja ocorrência de manchas oleosas.

A faixa imprópria entre as duas zonas está compreendida entre o Farol, no Serviluz, e o monumento dos jangadeiros, no Mucuripe.

Já na zona oeste, que vai da Rua Padre Mororó, no Centro, até a Barra do Ceará, apenas quatro das 10 praias monitoradas estão próprias para atividades de esporte e lazer, informou a Semace.

Para o gerente de Análise e Monitoramento da Semace, Gustavo Gurgel, a praia pode ser condenada mesmo sem passar por exame laboratorial, quando há resíduos sólidos à vista no mar ou na areia.

No caso do óleo, mesmo não sendo constatado nas amostras colhidas recentemente pelo órgão, a substância pode aparecer posteriormente no local, por isso, o banhista precisa ficar atento e evitar esses trechos.

“Alertamos o banhista para que observe se há óleo na praia e, sendo o caso, que considere ele mesmo a praia imprópria para banho”, frisou o gerente.

No Ceará, alguns banhistas têm relatado o surgimento da substância em praias como Paracuru, Litoral Oeste, Praias do Futuro, do Porto das Dunas e da Sabiaguaba, em Fortaleza; do Cumbuco, na Região Metropolitana da capital; de Fortim, e Morro Branco, no Litoral Leste; e de Mundaú, no Litoral Oeste.

O Ibama do Ceará afirmou que todos os municípios do litoral cearense seriam notificados sobre como proceder em relação ao problema.

A Semace recolheu amostras da água do mar das 35 praias dos litorais Leste e Oeste do estado. O monitoramento deve medir o impacto ambiental causado pela mancha de óleo. A análise está sendo realizada no laboratório da autarquia, com conclusão prevista para esta segunda-feira (30).

 

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