Fortaleza tem cobertura vacinal superior à média estadual

A Capital atingiu, nos primeiros seis meses deste ano, 80% da meta de imunização, enquanto o Ceará marcou 66,54%. Os dois resultados, porém, estão abaixo do recomendado pelo Ministério da Saúde, que é de 95%

Escrito por Redação , metro@svm.com.br
Legenda: Profissionais de saúde orientam que pais atualizem o cartão vacinal dos filhos antes do retorno às aulas
Foto: Thiago Gadelha

No primeiro semestre de 2020, quando a pandemia de Covid-19 chacoalhou o sistema de saúde e exigiu o isolamento social para evitar contaminações em massa, o índice de imunização em Fortaleza, cidade mais afetada pela doença, atingiu 80% da meta. O número é maior que a média do Ceará, calculada em 66,54%. As informações são das Secretarias Municipal (SMS) e Estadual (Sesa) de Saúde, que alertam à população de todas as faixas etárias para a necessidade de reforçar as doses pendentes ainda neste ano.

A cobertura informada pela SMS contempla as vacinas pentavalente, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e meningite; a DTP para difteria, tétano e coqueluche; poliomielite e tríplice viral contra sarampo, caxumba e rubéola. Já a da Sesa envolve a BCG para prevenir as formas graves da tuberculose; a meningocócica C, contra meningite e infecção generalizada; a pentavalente, a pneumocócica, contra pneumonia, otite e outras infecções; a poliomielite, a tríplice viral e a rotavírus humano.

Entre os imunobiológicos ofertados pela Sesa, a pneumocócica teve o maior alcance nos últimos seis meses (73,39%), seguida por tríplice viral (72,05%), rotavírus humano (71,25%), meningocócica C (70,76%), poliomielite (65,87%), pentavalente (60,78%) e BCG (52,71%). No mesmo período do ano passado, as sete vacinas ultrapassaram a marca de 90% de cobertura. A Secretaria Municipal, contudo, não repassou esse detalhamento.

Apesar dos resultados obtidos neste ano, em meio ao cenário de reclusão domiciliar e restrição de atividades econômicas, as taxas de imunização 66,54% e 80% ainda são menores que a meta mínima estipulada pelo Ministério da Saúde, de 95%.

"Está tudo muito baixo. Nós atingimos coberturas no ano passado e neste, comparando com o mesmo período, não temos cobertura para nenhuma das vacinas", atesta Carmem Osterno, coordenadora de Imunização da Sesa.

Na tentativa de reverter esse quadro, a Pasta vem executando um plano com as 184 cidades cearenses através de capacitações, em parceria com a Escola de Saúde Pública e realização de videoconferências com estratégias de vacinação. Os serviços de imunização, garante a Secretaria, permanecem em curso, uma vez que são considerados "essenciais".

"Eu gostaria que fosse feito um chamamento à população. As salas de vacinas estão abertas. Os pais devem levar os seus filhos, que as equipes de postos de saúde dos municípios estejam se organizando para ir nas suas áreas buscar essa comunidade não vacinada e que façam a visita domiciliar no caso de crianças recém-nascidas", reforça a coordenadora Carmem Osterno.

Cartão

Na Capital, única cidade do Estado em processo de retomada das aulas presenciais na educação infantil, a assessora técnica de Imunização da SMS, Renata Dias, orienta que os pais ou responsáveis devem levar as crianças para atualizar o cartão de vacinas antes do retorno às escolas.

"É bom os pais ficarem atentos à questão do cartão vacinal dos seus filhos. É importante que, antes dessas crianças retornarem às aulas, estejam com o cartão de vacina em dia, porque além da Covid-19, há outros vírus em circulação que são protegidos com a vacina, como o sarampo, a poliomielite e a meningite", indica, complementando que a Prefeitura dispõe de 115 postos de saúde abastecidos com vacinas.

Com a flexibilização dos serviços, à medida em que o plano de retomada econômica avança, o Estado deverá avançar na cobertura vacinal no segundo semestre, conforme prevê Carmem Osterno. "Quando nós olharmos os dados de agosto, com certeza já teremos uma diferença bem razoável e no mês de setembro", conclui.

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