Famílias ligadas ao MST devem permanecer no Incra até o final da semana, dizem manifestantes
Mais de 700 integrantes do movimento ocupam a sede do Instituto desde a manhã desta segunda-feira (09). De acordo com os ocupantes, mais trabalhadores devem chegar ao longo do dia
Com redes, malas e outros pertences pessoais, mais de 600 famílias de trabalhadores ligados ao Movimento Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ocupam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), localizado na Avenida José Bastos, em Fortaleza, desde a manhã desta segunda-feira (9).
O protesto local integra a Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, que mobiliza manifestações em todo o Brasil. De acordo com manifestantes, a ocupação deve se estender por toda a semana.
Um dos motivos da manifestação, de acordo com representantes do MST, é a distribuição de titularidades individuais dos lotes de terra para o assentados. “O nosso papel aqui é de garantir que o Incra cumpra com o seu papel de realizador da reforma agrária”, reivindica Íris Carvalho, porta-voz do movimento no Ceará.
Cortes
Além da distribuição de terras, os integrantes protestam contra o sucateamento do Incra, e a venda de terras indígenas brasileiras para estrangeiros. O corte em programas ligados ao movimento, como o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), e a verba direcionada para assentar novas famílias, também são reivindicações da categoria. “Queremos denunciar também os cortes de políticas que o atual governo está fazendo na tentativa de tirar os direitos de defender uma Reforma Agrária”, explica a representante do MST.
As reivindicações são pautas da ocupação, que deve durar toda a semana. “Nós vamos ficar aqui até o fim da semana e conversar com setores do Governo do Estado. Estamos com 600 famílias aqui e com previsão de chegada de mais 5 ônibus até o final da tarde”, comunica Íris.
A reportagem do Sistema Verdes Mares entrou em contato com o Incra, mas ainda não obteve retorno.