Famílias dos jovens mortos por afogamento lamentam tragédia

Inconformadas com o ocorrido, as famílias dos jovens que morreram afogados se mobilizavam na noite deste domingo para pagar o enterro dos adolescentes. A tragédia que tirou a vida de Andrei Mateus Martins, 17 anos, e de Marcus Vinícius Lima Frota, 14, além de ter ocasionado o desaparecimento no mar de David Jeferson, causou comoção aos moradores da Rua Gonçalves Dias, no Rodolfo Teófilo, próximo ao campo do Novo Ideal.

>Jovens se afogaram em área sem torre do Corpo de Bombeiros próxima

Um trecho de aproximadamente 30 metros da rua foi fechado por cones para receber os amigos dos jovens. Na noite de ontem, já era grande a aglomeração de vizinhos e curiosos à procura de notícias sobre o que havia acontecido. Apesar de pouco provável, há expectativa de que o jovem David Jeferson possa ser encontrado com vida. Segundo relato dos moradores, ele era o único dos amigos que sabar nadar.

Marcus Dias da Frota, pai de Marcos Vinícius, contou que trabalha como autônomo e não tem condição para arcar com as despesas do enterro do filho. “Tinha cinco filhos até hoje. Agora só tenho quatro. Mais triste do que isso é não ter condições financeiras de enterrá-lo. Ainda bem que os amigos e vizinhos mais próximos estão se cotizando para me ajudar”, disse o pai de Vinícius.

Segundo ele, a madrinha de Marcos Vinícius doou o terreno no cemitério e seus compadres estão conseguindo um ônibus para  levar os vizinhos e amigos. O enterro está marcado para as 10 horas de hoje.
 
A tragédia só não foi maior graças à intervenção de Denajar Marcos Castro Filho, 18, amigo dos garotos, que conseguiu salvar três deles. Denajar era amigo dos adolescentes e tinha ido surfar no local. Com sua prancha, conseguiu salvar a vida de três pessoas. “Não tivemos a ajuda de ninguém. Só mesmo um outro rapaz surfista que ajudou na salvação”. Segundo sua versão, na verdade, eram sete jovens ao todo e não cinco como se divulgou anteriormente.

Denajar Castro, pai de Denajar Filho, lamentou o ocorrido e diz que todos ali se perguntam onde estavam os salva-vidas. "Eles apareceram depois que não se podia  fazer mais nada. "Se não fosse o meu filho, a gente estaria aqui chorando a morte de muito mais gente. Espero que isso seja apurado".