Expectativa de vida do cearense sobe 2 anos na última década, calcula IBGE

Estado é o terceiro do Nordeste em longevidade. Levantamento diz especula que a mulher cearense viva 8 anos a mais do que os homens

Escrito por Redação ,
Legenda: O Estado é o terceiro Estado do Nordeste com a maior expectativa de vida ao nascer
Foto: FOTO: JOSÉ LEOMAR

O cearense está vivendo mais: a expectativa de vida no Estado chegou aos 74,5 anos em 2019. Considerando o acumulado dos 10 anos, é uma adição de 2,1 anos à longevidade cearense há uma década. O número é maior também do que o registrado em 2018, quando o cearense poderia chegar a, no máximo, 74,3 anos. As informações são da Tábua Completa de Mortalidade para o Brasil, divulgadas na manhã desta quinta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Com a atualização, o Estado é o 3º Estado do Nordeste com a maior expectativa de vida ao nascer, ficando atrás do Rio Grande do Norte (76,36) e do Maranhão (74,98). A análise publicada pelo IBGE tem como base entre 2018 a 2019, período em que os dados foram compilados.

O demógrafo e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Julio Alfredo Racchumi Romero, explica que o aumento é menor comparado com as últimas décadas em que foram observadas diferenças de 10 anos. "Esses dados se referem a 2019 e não inclui (informações) da pandemia, que serão trabalhados no outro ano. Quando a gente chega a um patamar alto a velocidade tende a diminuir. Pode parecer pouco, mas é algo positivo", pondera.

Contribui para o aumento da expectativa de vida, como avalia o especialista, o desenvolvimento da medicina, o aumento da oferta de água tratada e coleta de lixo, além de outros programas de melhorias das condições sociais nas cidades. "Essa é uma media do Ceará e não é um dado que pode ser interpretado de forma genérica para todo o Estado porque a gente sabe que existem desigualdades regionais", frisa Julio Romero.

Ainda de acordo com o documento do IBGE, no Ceará, as mulheres podem viver 8 anos a mais que o sexo oposto. Enquanto a longevidade feminina é de 78,5 anos a expectativa é de que os homens cearenses cheguem até os 70,5 anos. A discrepância entre os sexos, avalia o IBGE, é consequência do fenômeno “sobremortalidade masculina” um reflexo do processo de urbanização e metropolização brasileiro. O demógrafo acrescenta que questões culturais, de maior atenção à saúde pelo público feminino, e o aumento da escolaridade entre as mulheres também eleva a expectativa de vida.

Apesar da alta, o cearense ainda vive dois anos a menos do que a média brasileira. Nos cálculos do IBGE, a expectativa de vida brasileira é de 76,6 anos. Considerado para calcular as aposentadorias no Regime Geral de Previdência Social, a longevidade é um dos parâmetros para determinar o fator previdenciário. 

Mortalidade infantil em queda

Além da alta na longevidade cearense, a tábua também informou que as taxas de mortalidade infantil reduziram no Estado. Em 2018 foram registradas 13,2 número de mortes antes de completar 1 ano de idade a cada mil nascidos vivos. A quantia reduziu no ano passado: foram 12,8 por mil crianças nascidas em 2019. É a segunda menor taxa nordestina. Apenas Pernambuco registrou índice abaixo do cearense, com 11,37 óbitos a cada mil crianças pernambucanas. 

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