Estudantes cearenses são os que mais realizam atividades escolares remotas, aponta Ipece​

O estudo teve base nos números oferecidos através da PNAD Covid-19, do IBGE, que realizou pesquisa com mais de 1.6 milhões de estudantes cearenses.

Escrito por Redação ,
Legenda: 52,7% das crianças de 6 a 9 anos, 60,3% do adolescentes de 10 a 14 anos e 57,7% dos jovens de 15 a 18 anos dedicaram de duas a cinco horas por dia aos estudos entre os meses de julho e setembro de 2020.
Foto: José Leomar

Os estudantes cearenses são os que mais realizam atividades remotas escolares no País, conforme avaliação de dados feita pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), que analisou a frequência escolar e a realização de atividades de mais de 1.6 milhões de estudantes cearenses. Dentre os resultados apurados, mais de 90% dos alunos entre seis e nove anos realizam as atividades que recebem durante a pandemia, já a faixa etária de 15 a 18 anos, o número é de mais de 88%.

Esses número estão no "Ipece/Informe (nº 185/Dezembro/2020) – Efeito da Covid-19", estudo sobre a frequência escolar no Ceará, que tem como base os números fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. A PNAD COVID-19, que teve inicio em maio de 2020, traz informações relacionadas à frequência escolar da população, e fornece os números absolutos de 1.645.640 estudantes cearenses. Para a análise, foram considerados apenas números de julho a setembro. 

Dentre o total de estudantes cearenses considerados, os que mais realizam atividades encontram-se na faixa etária de seis a nove anos, onde o estudo contabilizou 533.842 discentes. Destes, 484.133 alunos afirmam ter feito as atividades disponibilizadas de forma remota, o que epresenta 90,7% dos estudantes dessa idade. Já 7.742 (1.45%) receberam atividades, mas não as realizaram. Quanto aos que não resolveram qualquer atividade, foram 27.569, o que representa 5,16%. Já outros 14.399 (2,7%) alegaram não ter atividades por está de férias. 

O segundo grupo de estudantes analisados está na faixa etária de 10 à 14 anos, que contabilizam 676.060 alunos. Dentre esses estudantes, 89% realizaram as atividades, ou seja, 601.579 alunos, e outros 18.903 (2,7%) apontaram ter recebido atividades, mas não as cumpriu "por qualquer motivo". Os que não realizaram atividades, seja por estarem de férias ou não, somam 55.578 (8.2%).

De acordo com o estudo, na faixa etária de 15 a 18 anos de idade, onde foram considerados 435.738 alunos, o número de discentes que realizaram atividades chegou a 88,8% (387.048). Outros 14.268 (3,3%) receberam, mas não responderam as atividades. Já 21.345 (4,9%) estudantes não realizaram, de forma alguma,enquanto 13.076 (3%) afirmaram não ter recebido atividades por estarem de férias. 

Tempo dedicado as atividades​

O estudo realizado pelo o analista de Políticas Públicas Victor Hugo de Oliveira Silva e a assessora Técnica Luciana de Oliveira Rodrigues, e com a colaboração do estagiário João Bosco Gurgel Filho, ainda destaca que, no mês de setembro, 84,5% dos alunos de 6 a 9 anos, 82,1% dos de 10 a 14 anos e 79,5% de 15 a 18 anos, dedicaram mais de cinco dias da semana as atividades escolares. 

Além disso, 52,7% das crianças de 6 a 9 anos, 60,3% do adolescentes de 10 a 14 anos e 57,7% dos jovens de 15 a 18 anos dedicaram de duas a cinco horas por dia aos estudos.

Situação econômica

O estudo realizado, sem distinguir alunos de escolas privadas ou públicas, ainda alerta para uma distinção entre a renda per capita daqueles que realizam ou não essas atividades. Residências com rendimento maior que quatro salários mínimos tem uma maior taxa de frequência escolar, com 71,57%. Já domicílios com menores rendimentos, de um a dois salário mínimo, a porcentagem é de 53,25%.  

"Visto que esse grupo socioeconômico é público alvo de programas assistenciais e da educação pública no Ceará, é fundamental uma maior atenção dos gestores públicos no atendimento de suas demandas no período pós-pandemia. Caso contrário, há um risco de ampliação do diferencial educacional entre ricos e pobres no Ceará por conta da pandemia do novo coronavírus”, orienta o documento.  

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