Em tratamento há 17 anos, cearense com paralisia cerebral ganha festa de aniversário de 18 anos

Vitória Pereira passou 17 anos dos seus 18 anos recém-completados sendo acompanhada no Albert Sabin. Em clima de despedida, festa teve decoração especial

Escrito por Redação ,
Legenda: Vitória Pereira ganhou sua festa de aniversário no Hospital Albert Sabin, que também marcou a sua despedida para tratamento para o Hospital Dr. Waldemar de Alcântara
Foto: Foto: Kid Júnior

Decoração rosa temática de princesa, lembranças e boneca na mesa do bolo. Foi assim a comemoração do aniversário de 18 anos de Vitória Pereira, nesta última quinta-feira (29), no Hospital Infantil Albert Sabin (Hias). O local significa muito na vida da jovem, que tem paralisa cerebral e passou 17 anos de sua vida sendo acompanhada pela unidade de saúde. De vestido rosa, Vitória contou com a presença da equipe médica, funcionários do Hias e familiares da paciente em seu dia especial.

Para a dona de casa Edna Maria Pereira, 39, mãe de Vitória, o sentimento é de gratidão. As duas celebraram a chegada da maioridade para Vitória em uma mistura de alegria e também com um clima de despedida. Com 18 anos recém-completados, agora ela passará a ser acompanhada pelo Hospital Dr. Waldemar de Alcântara, no bairro Messejana. 

“Só tenho a agradecer por esse período. Se não fosse o tratamento humanizado deles, a minha filha não estaria viva hoje. Aqui, eu fiz uma família. Quando eu preciso, o pessoal [do hospital] sempre está disponível para me ajudar”, conta Edna.

A festa foi realizada no espaço recreativo Cidade da Criança, localizado dentro do hospital, que fica no bairro Vila União e que funciona como espaço de descontração e brincadeiras para as crianças tratadas no Hias.

Ao longo de sua vida, Vitória passou pela UTI e enfermaria do Albert Sabin. Após esse período, a paciente precisava ser acompanhada em casa, então passou a integrar o quadro de pacientes do Programa de Assistência Domiciliar (PAD) do Hias. “Eu fiquei preocupada, sem saber se ia conseguir cuidar da minha filha. Mas deu tudo certo, a equipe de enfermagem ensinou tudo que eu precisava saber”, diz Edna. 

De acordo com Luiz Carlos Rebouças, médico pediatra do PAD que acompanha Vitória, pelo PAD, "ela [Vitória] tem auxílio multiclínico com pediatra, nutricionista, fisioterapeuta, ortopedista, neurologista em casa mesmo”. Com todos os anos de experiência, Luiz Carlos conta que já existe um vínculo médico-paciente. “Visitamos a Vitória muitas vezes. Vimos toda a situação com os cuidados em casa. Se há ajuda, se o pai é presente, se a família tem o cuidado e apoio necessário. Até dei conselhos, algumas vezes”, conta. 

Dificuldades

Edna Pereira conta que antes de começar o tratamento no Hias, Vitória "sangrava pelos ouvidos, tinha convulsões e estava muito doente". Ela foi direto para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da unidade de saúde, onde passou seis meses internada. 

"A equipe médica falou comigo e disse que a minha filha não iria sobreviver. Mesmo assim, eu pedi muito a Deus que ele me deixasse ela do jeito que fosse. Deus ouviu meu pedido. Quando eu cheguei de volta ao hospital em um dia, ela havia recebido alta da UTI”, conta  Edna.
 

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