Domingo de limpeza e conscientização na Lagoa do Mondubim

Durante toda a manhã, foi feito o recolhimento do lixo no entorno do local e pintura dos muros, além da distribuição de 100 mudas de árvores

Escrito por Redação ,

Para muitos, o domingo é dia de colocar ordem na casa, mas para um grupo de aproximadamente 50 voluntários, o dia de hoje (2) foi de recolher o lixo e pintar os muros do entorno da Lagoa do Mondubim, em uma iniciativa do Movimento Limpa Brasil Let's do it, que faz parte da agenda do Dia das Boas Ações. Além das atividades de conscientização e limpeza no local, foram distribuídas aos moradores 100 mudas de árvores, entre frutíferas e ornamentais.

De acordo com Inaiê Camargo, coordenadora do Movimento Limpa Brasil em Fortaleza, a ideia é transformar os pontos de descarte irregular em locais de convivência. "As pessoas não colocam o lixo nos dias certos, elegem locais irregulares como pontos de lixo, então nós precisamos mudar essa consciência e queremos que a comunidade se aproprie desse território de forma que ele passe a ser um local de convivência, com a destinação correta do lixo", explica.

Inaiê também atenta para a questão da separação do lixo orgânico e o lixo seco, visto que, no momento da coleta, o material que seria reciclável acaba sendo encontrado em condições inviáveis de reutilização. "Nessas situações (de descarte irregular) a gente encontra pouquíssimo lixo reciclável. O que tem muito mesmo é entulho, lixo orgânico, gente que deposita o lixo de forma incorreta, então, se tiver, já estão estragados por conta da chuva e da má acomodação. A gente precisa que as pessoas façam a coleta seletiva, separem o lixo em casa e entregue o que for reciclável nos Ecopontos ou nas associações de catadores, porque a gente ajuda também a gerar renda", destaca.

A iniciativa de hoje marcou o início das ações para a data mundial do Clean Up Day, que será em 15 de setembro, segundo Inaiê, e acontecerá em várias partes do mundo. "A gente quer mobilizar 5% da população mundial para essa questão do descarte correto de lixo". Ocorreram eventos de limpeza e conscientização sobre o descarte do lixo hoje simultaneamente em São Paulo, Recife e Rio de Janeiro. 

A coordenadora de Políticas Ambientais da Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), Edilene Oliveira, destaca que essa não foi uma ação pontual. "A gente vem trabalhando com essas transformações dos espaços. No momento, nós temos seis locais sendo requalificados. Limpar apenas não é a solução. É preciso transformar o espaço". Para isso, ele explica que a Seuma trabalha localizando o proprietário, já que geralmente esses locais fazem parte de terrenos particulares.

"A gente pede que o proprietário faça a calçada e entramos com uma intervenção urbana, pintando árvores e flores. A partir do momento que as pessoas veem o espaço bonito, limpo, elas acabam deixando de colocar lixo nesses locais". Para fazer as intervenções, a Seuma conta com a parceria da comunidade, em especial das escolas, nas quais Seuma e o Movimento Limpa Brasil atuam para promover a difusão da educação ambiental com as crianças, transformando os colégios em pontos de coleta de material reciclável voluntários (PEVs). A Universidade de Fortaleza também vem sendo parceira no ensino de educação ambiental nas escolas.

Além da parceria das escolas e comunidade em geral para o plantio das mudas, o projeto de limpeza e revitalização dos muros também conta com a ajuda da Hipercor, que patrocina a iniciativa doando as tintas utilizadas nas ações. Esta foi a segunda vez que a empresa fez parte do movimento na limpeza de muros, de acordo com Maíra Costa, analista de Marketing da Hipercor. "Nós entregamos um muro para a população do bairro Bela Vista na semana passada, então a ideia das pinturas é fazer com que as pessoas passem a respeitar aquele ambiente e não coloquem mais lixo ali", ressalta.

Além do movimento recebido neste domingo pela comunidade, há também a mobilização perene de um grupo, hoje com 12 pessoas, em prol da Lagoa do Mondubim. No mesmo local onde os voluntários se concentravam para fazer a limpeza de outras partes do entorno da Lagoa, pneus acomodavam flores e troncos de árvores serviam de bancos para a população. Josélia Marques, líder do Amigos da Lagoa e os outros participantes do projeto pintaram e deram a nova função aos materiais e objetos, que haviam sido encontrados no lixo.

"Estamos sendo reconhecidos como uma comunidade ambientalista. Nós apadrinhamos um quarto da lagoa, mas queremos que isso chegue a toda a lagoa, que abrange os bairros Via Manoel Sátiro, Siqueira e Mondubim. Nós queremos aproveitar esse espaço e cuidar de um lugar que é o nosso pulmão".

Controle de doenças

Apesar de as revitalizações serem recentes, a coordenadora de Políticas Ambientais da Seuma espera que haja uma diminuição na questão das doenças, como as transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti. "O que nós temos é a sensação da população, dizendo que ficou melhor e que eles estão mais tranquilos em relação às doenças, porque o ponto de lixo irregular é a hospedaria do Aedes e de outros mosquitos, porque ele se reproduz nas embalagens e os mosquitos vetores do calazar na matéria em decomposição. Assim, é fato que, ao tirar o ponto de lixo, você diminui a proliferação de vetores naquela área. Nós acreditamos que, com o tempo, poderemos cruzar dados com a Secretaria de Saúde para ver isso e fortalecer o programa", diz Edilene.

Estiveram hoje no evento Hipercor, Regional V, Seuma, Urbfor, Cuca Mondubim, Escoteiros do Brasil, além do Amigos da Lagoa.

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