Demolição de prédio na Maraponga tensiona rotina de moradores

Com o isolamento do quadrilátero das ruas no entorno da edificação, a comunidade reclama dificuldade de acesso à área e aos bens dos desabrigados

Escrito por Redação , metro@verdesmares.com.br
Legenda: Iniciada na sexta (28),a demolição foi encaminhada no sábado (29), sem resgate dos bens dos moradores.
Foto: Foto: Gustavo Pellizzon

Agentes da Defesa Civil de Fortaleza, moradores desabrigados e a comunidade do entorno do prédio que está sendo demolido desde sexta-feira (28), no bairro da Maraponga, vivem em clima de tensão após o início da intervenção. Na manhã de ontem (29), o procedimento, de responsabilidade da construtora da edificação, já encaminhava 30% da demolição.

A Defesa Civil teve de interditar, na última sexta-feira (28), o quadrilátero que envolve as ruas Carlos Studart, Altair, Travessa Campo Grande e País de Gales. Casas vizinhas foram completamente interditadas, e outras residências próximas só tiveram o acesso liberado a partir das 17h. Prejudicada, a comunidade reclama da dificuldade de acesso às vias e aos seus próprios lares.

O protesto dos moradores e vizinhos também se dá em relação ao resgate dos bens pessoais de cada morador do prédio. Com exceção de um proprietário, todos os residentes eram inquilinos, segundo o analista Neto Barbosa (35).

Morador do prédio há dois anos, o analista se declarou "revoltado, impotente", com a situação. "Ninguém tem acesso a nada. Há falta de zelo com nossos bens. O Estado nos deixou desassistido. Deviam separar, pelo menos, um setor pra gente tirar novas documentações", sugere.

Isolamento

O coordenador da Defesa Civil de Fortaleza, Luciano Agnello, enfatiza que o órgão municipal isolou a área pra evitar ainda mais prejuízos com o entorno do prédio.

"Na sexta, quando iniciamos a intervenção, já tinham 15 casas interditadas. Mais 25 foram isoladas com o começo da demolição. Há risco de explosões por conta de botijão de gás das residências, por exemplo", esclarece.

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.