Covid avança nos municípios, e Ceará chega a 90% das cidades em níveis de alerta alto ou altíssimo
Níveis de alerta dizem respeito às semanas epidemiológicas 6 e 7, que compreendem, especificamente, os dias 7 a 20 de fevereiro
Chegou a 166 (90%) o número de municípios cearenses que estão em níveis de alerta "alto" ou "altíssimo" para transmissão da Covid-19, conforme dados divulgados pela plataforma IntegraSUS, mantida pela Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa).
O índice diz respeito às semanas epidemiológicas 6 e 7, compreendendo, especificamente, os dias 7 a 20 de fevereiro. Nenhuma das 184 cidades do Estado está no nível "Novo normal", com baixa taxa de transmissão.
Veja também
De forma mais detalhada, há 18 municípios no nível "moderado", 91 no nível "alto" e 75 no "altíssimo", este o estágio mais preocupante. Entre os que se encontram nesta última faixa, estão Fortaleza, Caucaia, Maranguape, Maracanaú, Canindé, Crato e Sobral.
Por sua vez, as cidades que apresentam alerta "moderado" estão todas concentradas no sul do Estado, a exemplo de Lavras da Mangabeira, Icó, Umari e Santana do Cariri.
Veja também
Ainda de acordo com o IntegraSUS, a incidência de casos de Covid-19 por dia para cada 100 mil habitantes apresenta tendência crescente, com número de 140,6.
Por outro lado, a taxa de letalidade está com tendência estabilizada, de 1,3%, mesmo estágio da taxa de positividade em testes RT-PCR, com 29,3%.
Tendências decrescentes, segundo dados da plataforma, podem ser verificadas no número de internações por causas respiratórias (183,2), apesar do nível de risco ainda ser considerado alto; e no percentual de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por Covid-19 ocupados, com taxa de 87,4%, igualmente com alto risco.
Pedido de colaboração
O Secretário da Saúde do Ceará, Dr. Cabeto, afirmou, em transmissão ao vivo pelo facebook na última sexta-feira (19), que o momento epidemiológico vivenciado no Ceará é diferente em relação ao ano passado, quando a pandemia havia chegado no momento mais agudo.
De acordo com ele, a resposta aos altos casos de transmissão no Estado está sendo preparada "da maneira mais correta". "Estamos fazendo compra e estoque de EPIs (Equipamentos de Proteção Individuais), de materiais e anestésicos", afirmou.
Também pediu à população respeito às medidas sanitárias de combate ao novo coronavírus e colaboração com os profissionais de saúde atuantes na linha de frente da pandemia.
"É hora de nós olharmos para todos os outros. Quem puder ficar em casa, fique em casa; quem puder ficar de trabalho remoto, fique de trabalho remoto", destacou.
Em Fortaleza, o aumento da demanda por leitos de enfermaria e terapia intensiva de janeiro a fevereiro foi expressivo, saindo de 113 para 291, num salto percentual de 157,5%.
Houve, porém, um momento de queda. De 24 a 30 de janeiro, a Capital tinha 230 pacientes internados, número que caiu para 211 na semana seguinte, mas saltou para 291 logo depois.
A Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza (SMS) iniciou nesta semana a instalação de 210 novos leitos para atender pacientes com Covid-19 na rede municipal, sendo dez de UTI no Instituto Dr. José Frota (IJF) 2, 30 de enfermaria no Hospital e Maternidade Dra Zilda Arns (Hospital da Mulher) e 170 de observação nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da cidade.
Veja também
Índice de mortes
De acordo com o mais recente boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a média móvel de óbitos por Covid-19 nos últimos sete dias, em Fortaleza, foi de 9,4, o que significa que mais de nove pessoas morrem diariamente pela doença. A maior parte nos bairros Meireles, Aldeota e na confluência do bairro José Walter com o Planalto Ayrton Senna.
Em nível estadual, apenas na última sexta-feira (19), 29 pessoas morreram em decorrência de complicações do novo coronavírus em hospitais públicos e privados monitorados pelo IntegraSUS. Nesse dia, a taxa geral de letalidade hospitalar pela doença ficou em 1,59%, número ainda baixo se comparado à primeira onda. Mas, quase um mês atrás, em 24 de janeiro, essa taxa era de 0,51%, e o índice continua apresentando aumento.
Especialistas apontam que a circulação de novas variantes do coronavírus, mais transmissíveis, pode impactar mais significativamente nos óbitos no momento em que colapsar o atendimento na rede de saúde.