Aulas presenciais em 2021: Ceará retorna com medidas sanitárias reforçadas

Com reforço às medidas sanitárias, escolas da rede privada retomam atividades nesta segunda (18). Professores estão na quarta fase no plano de vacinação contra a covid-19

Escrito por Redação , metro@svm.com.br
Legenda: Na Escola de Educação Infantil Espaço da Criança, hoje tem início o infantil I, II e III, a turma dos novatos, sendo inserido também o ensino fundamental, nos 1° e o 2° anos
Foto: José Leomar

A rede privada de ensino, em Fortaleza, retomou as atividades letivas de 2021 oficialmente nesta segunda-feira (18), com a maioria das instituições abrindo as portas para recepcionar os estudantes, com reforço às medidas sanitárias contra a Covid-19. Algumas escolas já haviam iniciado aulas antes. Em meio a números ainda preocupantes de contaminação, mães e profissionais da educação destacam cuidados e expectativas para o novo ano escolar.

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Pensando em garantir a segurança de estudantes e funcionários durante o aumento de casos, a diretora Aline Brasil, à frente da Escola de Educação Infantil Espaço da Criança, no bairro Passaré, redobrou a atenção aos protocolos sanitários. O Centro retoma as atividades nesta segunda (18), de maneira progressiva — e cuidadosa.

“Nos dividimos. Hoje estamos iniciando o infantil I, II e III, a turma dos novatos. Além dessas, incluímos o ensino fundamental, que seria o 1° e o 2° ano. A partir do dia 25 a gente vai iniciar as demais turmas”, calcula a gestora. 

Na unidade, de forma preventiva, os pequenos entram em horários distintos. A comunidade escolar é acompanhada diariamente, com três aferições de temperatura no turno da manhã e três no turno da tarde. O uso obrigatório da máscara segue como uma das principais recomendações. No caso do Espaço Infantil, contudo, o utensílio ganhou cor para auxiliar no monitoramento ao longo do dia.

“A gente tem essa obrigatoriedade da troca da máscara. Agora, estou usando a máscara azul. Quando for no horário de 10h, todos os funcionários da escola fazem a troca para a cor laranja, e da mesma forma a tarde”, explica Aline, que adiciona “Estamos com grandes expectativas. A gente acredita que tomando esses cuidados podemos evitar e teremos um ano de 2021 bem melhor do que 2020”, conclui.

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Legenda: Uso de máscara e protetores faciais buscam evitar os riscos de contaminação pelo novo coronavírus
Foto: José Leomar

Mãe do João Miguel, a auxiliar administrativa Eudênia Silva já espera diferenças no ano escolar do filho. “Vai ser um pouco diferente do que de costume. Mas a gente está com a expectativa que dê certo pelo plano da escola”, conta. Eudênia diz acreditar na segurança da escola para o retorno e avalia o quadro atual da pandemia. “A gente tem que ter confiança. Se os casos aumentaram não foi devido à escola em si, foi a outros fatores”. Ela relembra as dificuldades da transição para o ensino remoto.

“Tentamos, mas tive que cancelar. Uma criança com menos de dois anos assistindo aulas remotas não tinha como. A expectativa é que continue no presencial o ano inteiro”, adianta. 

Já na casa da administradora Carila Uchôa, o que valeu para decidir o retorno foi o sentimento de segurança passado pelo centro educacional. “É angustiante, mas de certa forma a escola passa uma tranquilidade para os pais”, confessa. É a primeira vez do filho Pedro, de dois anos, em atividades escolares. A família apostou na prevenção. “A higienização, uso da máscara. Higienização de todo material possível e sempre conversando para estar passando álcool nas mãos”, explica. 

Valéria Sales, dona de casa, também repassa para os filhos os cuidados sanitários. O retorno do filho caçula, esteve envolvido em cuidados. “Higienizar o material escolar dele. Quando sai daqui, quando vem, sempre higienizando a mochila, os brinquedos. Uso de máscara, que ele está usando, graças a Deus”, comemora. Para ela, a atenção deve se estender ao longo do ano.

“Não vai ser assim um mês, dois meses que todo mundo vai ser vacinado. Como é um processo demorado a gente vai ter essa educação em relação a máscara”, avalia. 

Retomada

Henrique Soares, coordenador do grupo de retorno das aulas presenciais do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Ceará (Sinepe), acredita que o ano letivo será positivo. “A gente recomeçou as aulas hoje seguindo todos os protocolos. As famílias estão ganhando a confiança. As escolas não são ambientes de transmissão dos vírus desde que respeitados os protocolos.

No Ceará, as aulas presenciais foram retomadas em setembro do ano passado, na rede privada de Fortaleza, de forma gradual. O ensino infantil foi a primeira parcela a voltar para a rotina letiva, com turmas limitadas para garantir a segurança sanitária. Ao longo do fim de 2020, outros grupos retornaram às atividades presenciais. 

Relembre o retorno letivo na rede privada de ensino:
> Setembro: com restrição na ocupação, ensino infantil é a primeira parcela a voltar para aulas presenciais 
> Outubro: liberadas as séries 1°, 2°e 9° ano do ensino fundamental e 3° ano do ensino médio
> Novembro: turmas do 3° ao 8° ano do ensino fundamental retornam para ensino presencial em Fortaleza

Contaminação

O professor de física da rede particular Rogério Fatori, 43, está entre os profissionais com resultado positivo para Covid-19 após o retorno presencial. No entanto, o profissional aponta que sua contaminação possivelmente ocorreu após precisar levar um familiar para o hospital, no fim de outubro. Já nos dias posteriores, começou a apresentar os primeiros sinais de irritação na garganta. 

“Assim que eu senti o incômodo, avisei os colegas, me afastei preventivamente. A sorte é que eu não tinha dado aula presencial logo depois”, compartilha. A recomendação recebida no colégio é de que em qualquer sinal de gripe, os profissionais ou alunos devem se ausentar imediatamente. Para ele, apesar de escutar críticas a essa medida, acredita que essa é a maneira mais correta de ação. 

“Embora pudesse ser dengue ou outra gripe, tratar como se fosse Covid-19 mesmo não sendo, previne a infecção em larga escala. Seriam 16 famílias infectadas e a proporção de espalhamento seria muito grande”, finaliza. 

Segundo a Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), entre profissionais do ensino privado na Capital, foram 8.950 amostras analisadas do teste de RT-PCR, de biologia molecular, apresentando somente 2,22% (199) com diagnóstico positivo para a doença. Ainda de acordo com dados da secretaria estadual, divulgados na plataforma IntegraSUS às 9h36 do último domingo (17), desde o começo da pandemia, Fortaleza já registrou 724 infecções relacionadas à Covid-19 em estudantes. Destas, sete evoluíram para óbito.

Protesto para retorno 

Desde o início de setembro, as aulas presenciais retornaram gradualmente, começando com as creches e séries infantis e adotando o respeito à quantidade máxima de estudantes por sala. No entanto, mesmo com a volta de quase todas as séries, o 1º e 2º ano do Ensino Médio ainda não foram liberados em decreto estadual. 

Como forma de demonstrar o descontentamento frente a essa decisão, representantes do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Ceará (Sinepe), realizaram uma carreata na tarde do último sábado (16). 

Legenda: Alunos e professores precisam estar atentos. Em caso de sintomas suspeitos, devem permanecer em casa
Foto: José Leomar

Professores e vacinação

Em dezembro, o governador Camilo Santana oficializou o pedido de inclusão de professores no primeiro grupo de vacinação contra a Covid-19 em 2021, em ofício enviado ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. A pretensão do gestor estadual é que as atividades escolares presenciais voltem a partir do próximo mês “garantindo que tenhamos aulas presenciais e aulas remotas”. 

A aplicação das doses em território cearense está prevista para esta segunda (18), seguindo a ordem de grupos prioritários: na primeira fase, serão vacinados os trabalhadores da área da saúde na linha de frente contra a Covid-19; idosos acima de 75 anos; pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência; e a população indígena. 

Em seguida, na segunda fase de vacinação, o alvo é a população com idades entre 60 e 74 anos. Pessoas com comorbidades entram na terceira fase.

Os preparativos para retorno ao ensino presencial também foram iniciados em Juazeiro do Norte. A Associação das Escolas Particulares do Cariri (AEPC) realiza a testagem em massa dos profissionais da educação da cidade, com meta de testar 300 professores e funcionários diariamente, até completar dois mil testes.

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